Dólar se mantém abaixo de R$ 3,30

Data: 14/07/2016
Veículo: CORREIO BRAZILIENSE - DF

A melhora da confiança no país e o ambiente externo, com mais liquidez, não tem deixado o dólar se valorizar em relação ao real. Ontem, a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 3,275 para a venda, com queda de 0,71%. É o segundo recuo seguido, apesar das intervenções do Banco Central. Desde que Ilan Goldfajn assumiu o comando da atoridade monetária, foram realizados oito leilões de swap reverso - compra futura da moeda americana -, num total de US$ 4 bilhões.

"Os quadros interno e externo estão mais favoráveis para a valorização do real. O mundo está bastante expansionista com aumento da liquidez e a confirmação da saída do Reino Unido da União Europeia. O discurso do BC mais firme em defesa da meta de inflação sinaliza intervenções mais parcimoniosas e vem conquistando a credibilidade do mercado", explicou o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria.

O presidente da Smiles, Leonel Andrade, acredita em a retomada da confiança tem feito o real se valorizar. A companhia anunciou ontem uma parceria com a norte-americana Rocketmiles, para o serviço de reservas em 400 mil hotéis no mundo inteiro. Para ele, o aumento das chances de confirmação do afastamento da presidente Dilma Rousseff do Poder, também ajuda nessa valorização da moeda brasileira.

Flutuação

Na avaliação do economista Bruno Lavieri, sócio da 4E Consultoria, o BC está realmente deixando o câmbio flutuar e aproveitando o momento para reduzir o estoque de swap. No entanto, ele vê com cautela essa retomada da confiança do mercado. "Essa contínua queda do dólar pode ser uma antecipação de expectativas otimistas para questão doméstica. Mas isso pode mudar se houver frustração dessas perspectivas e o dólar poderá encerrar em R$ 3,50 no fim do ano", disse.

Campos Neto também destacou que a recuperação ainda demanda tempo porque nem tudo é favorável. "A dívida pública deverá continuar crescendo até 2020 e a situação do dólar mais baixo deve durar até que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), anuncie alta nos juros, o que pode ocorrer até o fim deste ano ou início do ano que vem", completou. Pelas estimativas da Tendências, a divisa americana deverá encerrar em R$ 3,42 neste ano, e em R$ 3,53 no ano que vem.

Bovespa

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) teve ontem a sexta alta consecutiva e atingiu a maior pontuação em 2016, aos 54.598,28 pontos, com ganho de 0,63% no dia. Esse é o maior nível do indicador desde 25 de maio do ano passado (54.609 pontos). Com isso, a bolsa passa a acumular alta de 5,96% em julho e de 25,95% em 2016. O movimento de queda da manhã foi invertido depois da divulgação do Livro Bege do Federal Reserve (Fed), indicando crescimento modesto na maior parte dos Estados Unidos e indicando que a alta dos juros não ocorrerá tão cedo.

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