BNDES deve divulgar condições de financiamento para Galeão e Confins

RedacaoT1
Foto: Infraero
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulga esta semana as condições para os financiamentos que serão concedidos pela instituição aos consórcios que vencerem as concessões dos aeroportos do Galeão e de Confins.
“A carta com as condições deve sair terça ou quarta-feira, no máximo na quinta-feira”, afirmou o chefe do departamento de logística do BNDES, Cleverson Aroeira.

Segundo ele, as condições para Galeão e Confins serão parecidas com as oferecidas aos projetos dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, já concedidos à iniciativa privada.
“Não posso descartar alguma alteração, mas a princípio vamos financiar até 70% dos investimentos e haverá apoio para lançamento de debêntures”, afirmou Aroeira.
Os financiamentos terão custo da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), atualmente em 5% ao ano, e/ou variação de uma cesta de moedas estrangeiras, a critério da empresa.
A remuneração básica será de 0,9% ao ano e haverá taxa de risco de crédito, que variará de 0,4% a 2,87% ao ano. O prazo de financiamento será de até 240 meses com amortização pelos sistemas SAC, ou Price, se houver emissão de debêntures.
A taxa de risco de crédito que fará parte dos financiamentos às concessões dos aeroportos dependerá da avaliação que a instituição fará do consórcio vencedor.
Segundo Aroeira, essa nota dependerá da agressividade do consórcio no leilão, das empresas que o comporão e de quais serão as condições de alocação de risco do projeto.
“O consórcio precisa ter a capacidade de fazer sua parte. O financiamento cobre somente uma parte dos investimentos necessários. “
Segundo o BNDES, os aeroportos do Galeão e de Confins demandarão R$ 5,2 bilhões e R$ 3,1 bilhões, respectivamente, em investimentos durante o período de concessão.
O leilão está previsto para 22 de novembro. Os valores mínimos de outorga, que as vencedoras devem pagar ao governo, são de R$ 4,838 bilhões, no caso do Galeão, e de R$ 1,096 bilhão, para Confins.
No início do mês, o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, disse que o leilão dos terminais tem entre cinco e oito grupos interessados.
O BNDES estima desembolsos de quase R$ 30 bilhões para projetos de logística nos próximos dois anos, sem incluir os financiamentos para Confins e Galeão.
Neste ano, a expectativa da instituição é liberar R$ 9,5 bilhões para projetos de transporte aéreo, aeroportos, armazéns, dutos, navegação, portos, rodovias e ferrovias. Desse montante, segundo Aroeira, cerca de um terço será destinado aos aeroportos.
A expectativa é que a participação dos aeroportos nos financiamentos do BNDES destinados à logística fique entre um terço e um quinto do total em 2014.
Para 2015, a estimativa é mais difícil de ser feita, diz Aroeira, porque dependerá dos resultados dos leilões de Confins e Galeão.
“Como ainda não sabemos quem será o ganhador das concessões, não sabemos como será o plano de negócios, se os investimentos acontecerão mais em 2015 ou 2016″, afirmou.
 Fonte: Valor Econômico, Por Francine De Lorenzo