Dólar recua com o impeachment

Data: 07/05/2016
ESTADO DE MINAS - MG

Depois de alternar altas e baixas na manhã de ontem, o dólar à vista (referência para as operações financeiras) se firmou em baixa à tarde e fechou cotado a R$ 3,5034, em queda de 1,05%, enquanto na cotação comercial (usada nas transações comerciais), a moeda dos EUA recuou 1,04%, cotada a R$ 3,5030. A expectativa em torno do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff voltou a servir de motivo para a queda do dólar ante o real. Ontem, a comissão especial do Senado que analisa o processo de afastamento de Dilma aprovou o parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG), que admite o impeachment.

No início do dia, o dólar exibiu ganhos ante o real, em sintonia com o exterior. A divulgação do relatório de emprego nos EUA (payroll), mostrando a criação de 160 mil vagas em abril, no menor nível desde setembro e abaixo dos 205 mil esperados, fez a moeda americana perder força em um primeiro momento. No entanto, uma releitura dos números - indicando aumento do salário médio em abril - favoreceu a renovação de máximas no Brasil. No pico do dia, visto às 9h48, o dólar à vista marcou R$ 3,5730 (+0,91%).]

Aos poucos, porém, a moeda foi perdendo força. O fortalecimento do petróleo, tanto em Londres quanto em Nova York, acabou abrindo espaço para a divisa migrar para o negativo e se firmar em baixa. Durante a tarde, em diferentes momentos, houve renovação de mínimas, com profissionais citando o andamento do processo de impeachment. "Não há força para o dólar subir. Estão todos focados na questão do impeachment", comentou um profissional de mesa de câmbio, destacando a aprovação do relatório de Anastasia. Mesmo com o dólar abaixo dos R$ 3,50 em alguns momentos da tarde, o Banco Central se manteve distante dos negócios. Pelo terceiro dia consecutivo, nenhum leilão de swap cambial reverso (equivalente à compra de dólares no mercado futuro) foi convocado.

Bovespa oscila mas fica estável

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), como o dólar, também alternou sinais ontem, mas terminou o dia praticamente estável, aos 51 717,82 pontos (+0,09%). O desempenho da bolsa esteve fortemente ligado ao cenário internacional nas primeiras horas de negociação, mas se descolou ao longo do dia, com os investidores assumindo um tom mais cauteloso. Assim, o Ibovespa foi à máxima de 52.159 pontos (+0,94%). As ações ligadas a commodities terminaram o dia em alta. Petrobras ON e PN subiram 2,29% e 2,75%, respectivamente, acompanhando a alta dos preços do petróleo.

Já Vale ON (+1,32%) e PNA (+1,88%) avançaram mesmo com uma nova queda dos preços do minério de ferro. A explicação, segundo operadores, é que as ações responderam a uma melhora generalizada das commodities metálicas ao longo do dia. Além disso, haviam caído com força nos últimos dois dias, em repercussão à ameaça de multa de R$ 155 bilhões pelo acidente com a barragem da Samarco, da qual a Vale é sócia. Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, Lojas Americanas PN foi a maior queda, com -4,84%, influenciada pelo resultado trimestral negativo, divulgado ontem.

Outro destaque de queda foi Braskem PNA (-3,47), que reagiu à proposta de mudança no Regime Especial da Indústria Química (Reiq), com aumento das alíquotas de desconto, anunciada ontem. As maiores altas ficaram com Gerdau PN (+4,85%) e Smiles ON (+4,61%).

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