O ESTADO DE S. PAULO - SP
Adriana Fernandes Murilo Rodrigues Alves Rachel Gamarski
Assim ficaram conhecidas as manobras de postergação de pagamentos da União aos bancos públicos para bancar subsídios, uma das principais acusações contra a gestão da presidente afastada Dilma Rousseff.
Após ser empossado ontem, Meirelles foi direto para o Ministério da Fazenda. Nelson Barbosa já não estava mais lá - o secretário executivo Dyogo Oliveira fez a transição. Funcionário de carreira do Ministério do Desenvolvimento (MDIC), Oliveira, um dos principais formuladores econômicos e também o principal negociador da dívida dos Estados na Fazenda, já havia assessorado Barbosa na secretaria executiva do Planejamento. Voltará à Pasta e ao antigo cargo, sob o comando do peemedebista Romero Jucá.
A interlocutores, Meirelles disse que ainda está definindo "as caixinhas do time". Funcionário de carreira do Tesouro Nacional, Godoy será o novo secretário executivo do Ministério da Fazenda, segundo apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Hamilton será o secretário de Política Econômica. Mendes, consultor legislativo do Senado, deverá ocupar uma assessoria especial e Jorge Rachid pode permanecer no comando da Receita Federal. Ontem, em breves declarações durante a posse, Meirelles confirmou que apresentará as novas medidas econômicas, mas não as detalhou. "Já começo a trabalhar hoje", desconversou.
Mercado. As escolhas de Meirelles, que foram sendo vazadas durante o dia, pareceram agradar ao mercado financeiro, refletindo-se em queda nas apostas para a taxa de juros. A Bolsa seguiu em alta durante todo o dia, com investidores dando um voto de confiança ao presidente em exercício Michel Temer.
Dyogo Oliveira, que compareceu à despedida de Dilma no Planalto, ao lado de Barbosa, afirmou que, agora, a tendência é que a relação com o Legislativo mude. "Declarações de parlamentares vão na linha de que agora o Congresso tem de dar mais apoio pra economia", disse. O primeiro passo será a aprovação do projeto de lei que alte- ra a meta fiscal para este ano.
Enquanto a nova equipe não toma posse, o Ministério da Fazenda passou o dia em compasso de espera, com os trabalhos "em marcha lenta", à espera do quarto ministro em dois anos.
Marcos Mendes, que comporá a equipe de Meirelles, tem largo conhecimento sobre política fiscal e foi um dos primeiros observadores críticos das manobras contábeis feitas pela equipe de Guido Mantega na Fazenda. Ultimamente tem trabalhado em propostas que tratam do relacionamento do Tesouro com o Banco Central e sobre as operações compromissadas de administração da liquidez do mercado financeiro.
Já Mansueto é um dos maiores críticos do agigantamento do BNDES e da política de crédito baseada na criação dos chamados "campeões nacionais", como chegaram a ser denominadas as empresas que cresceram exponencialmente nos últimos anos.
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