Valor Econômico - 25/07/2012
Eduardo Campos
A queda na posição comprada dos bancos no mercado à vista aumenta a chance de o Banco Central (BC) ter de retomar as atuações na ponta de venda de dólares no mercado à vista. A queda no estoque de dólares que as instituições financeiras têm em caixa é reflexo do fluxo cambial negativo.
Atualização feita ontem pelo BC mostra que o fluxo cambial está negativo em US$ 1,947 bilhão em julho até o dia 20.
Com a saída de dólar superando a entrada, quem provê liquidez no mercado à vista são os bancos. Com isso, a posição comprada caiu de US$ 2,2 bilhões no fim de junho para US$ 134 milhões em julho até o dia 20.
A última vez que o BC fez leilão para venda de dólares no mercado à vista foi no começo de fevereiro de 2009.
Agora em 2012, o BC começou o ano comprando dólares no mercado à vista, via swap cambial reverso (que equivale à compra de dólar no mercado futuro) e por leilão a termo. Essas atuações de compra se encerraram em 27 de abril.
Conforme a situação externa piorou e o dólar rapidamente foi acima dos R$ 2, o BC mudou a mão e passou a vender moeda americana via swap cambial (que equivale à venda de dólares no mercado futuro).
Teoricamente nada impede que os bancos tenham posições vendidas no mercado à vista.
No entanto, há de existir a disposição das instituições em usar suas linhas externas para trazer recursos e vender dólares ao mercado ou ao Banco Central. Também se faz necessária uma clara perspectiva de desvalorização da moeda americana. Caso contrário, a posição vendida pode resultar em prejuízo.
Mesmo com todas as condições atendidas, os bancos enfrentam uma limitação legal à formação de posição vendida. Circular do BC de julho de 2011 instituiu cobrança de depósito compulsório de 60% sobre posição vendida no mercado à vista que exceder US$ 1 bilhão.
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