Caminhoneiros continuam ocupando pista da Via Dutra





De acordo com informações da CCR NovaDutra, existem focos de manifestação nos quilômetros, 228 em Piraí, sentido São Paulo, 276 em Barra Mansa e em Resende no KM 302 sentido Rio

SUL FLUMINENSE
A greve dos caminhoneiros continua acontecendo e o trânsito na Rodovia Presidente Dutra continuava lento, até o fechamento desta edição. De acordo com informações da CCR NovaDutra, existem focos de manifestação nos quilômetros, 228 em Piraí, sentido São Paulo, 276 em Barra Mansa e em Resende no KM 302 sentido Rio.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) o movimento continua lento e a greve é considerada pacífica, porém com alguns focos isolados de vandalismo. O caso mais grave até agora é o do caminhoneiro Marcos Antônio Pereira, que, também até o fechamento desta edição, continuava no CTI do Hospital de Emergência de Resende em estado grave. Heleno Pereira, irmão da vítima, conta como aconteceu o incidente. “Meu irmão pediu para o caminhão encostar para desobstruir o caminho e os motoristas de dois caminhões desceram com barras de ferro e facão e correram atrás dele. Com medo ele pulou de cima do viaduto na altura de Rialto, acreditando que era o guard rail da rodovia. Ele está no CTI em estado grave”, explica o Heleno.
Outro caso de vandalismo foi registrado no caminhão de Antônio Carlos Pinto de Carvalho que teve seu para-brisa depredado. “Não tinha condição de parar em uma curva escura, então vim sinalizando que iria encostar na próxima brecha mas alguns caminhoneiros não acreditaram e tacaram pedras no meu vidro. Agora estou parado aqui, com o vidro quebrado”, comenta Antônio Carlos.
De acordo com o Presidente do Sindicato dos Transportadores de Carga da Região Sul Fluminense, a manifestação irá continuar. “Enquanto não houver uma publicação no diário oficial não iremos parar com o movimento”, fala o presidente, que lembra ainda que está cogitada uma reunião com o ministério dos transportes para amanhã com o movimento sindicalista nacional.
Carlos Alberto é motorista desde os anos de 1988 e está participando nos piquetes grevistas e está no km 276 desde domingo. “Nós não queremos tumultuar nem prejudicar ninguém, mas queremos o nosso direito e não iremos aceitar acordo, queremos o que é nosso por direito. 60% de tudo que é consumido no Brasil é transportado por caminhões merecemos o mínimo de respeito”, comenta o motorista.
Motivos da greve
Uma mudança na lei estabelecida em 2007 sobre o valor do frete é uma das principais reivindicações dos caminhoneiros. O texto da Lei 11442/07 substituiu a cláusula “Empresa de Transporte de Carga que tenha no transporte rodoviário de cargas, a sua ATIVIDADE PRINCIPAL” por “Empresa de Transporte de Carga, que tenha no transporte rodoviário de carga, ATIVIDADE ECONÔMICA”.
De acordo com o Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), que atende às solicitações do Sindicato de Transporte de Cargas, essa alteração propiciou o acesso ilegal de mais de 600 mil veículos de carga ao Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga (RNTRC) da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
A mudança atingiu diretamente o valor do frete, causando uma concorrência considerada desleal pelos caminhoneiros. A classe acusa o baixo valor do frete de ser o responsável pelos baixos salários pagos aos motoristas, frota envelhecida, excesso de peso, alto valor do pedágio, arribite, tributação e outros.
Outro alvo de reivindicação da categoria é o Cartão Frete. Parte da Resolução 3658 da ANTT, os caminhoneiros afirmam que as regras do cartão são razões usadas por embarcadores para não contratar autônomos e empresas.
Os caminhoneiros reivindicam ainda a revogação, elaboração e prorrogação de diversas leis relativas ao cartão frete e ao valor do frete, além da criação de serviço de conferência e fiscalização permanente dos RNTRC realizado e revisão de todos os postos credenciados para continuar operando o RNTRC.


Torcedores causam tumulto
Durante a manhã de ontem alguns torcedores do Flamengo que estavam voltando do jogo que aconteceu domingo em São Paulo e estavam presos no trânsito por conta do movimento grevista, discutiram com os caminhoneiros. Por conta de não serem liberados para passar com o ônibus, os torcedores caminharam até a frente do posto Flumidiesel, onde está concentrado o maior número de caminhoneiros, e iniciaram uma discussão com os grevistas, logo foi contida. Em seguida, os torcedores seguiram a pé em direção ao Rio de Janeiro.
GM traça estratégia para o trânsito
A Guarda Municipal de Barra Mansa montou uma estratégia para garantir a segurança e fluidez do trânsito da cidade enquanto acontece a manifestação dos caminhoneiros. Segundo o comandante da GM, Carlos Natanael Geremias, a guarda está presente em pontos estratégicos para garantir o fluxo com segurança, principalmente nas vias de acesso à cidade. O comandante informou ainda que, dentre essas vias, a da Bocaininha apresenta maior lentidão de trânsito. Por isso, a guarda trabalha para auxiliar o trânsito até o local. De acordo com Natanael, no momento o tráfego na cidade está tranqüilo.

Tráfego de veículos era lento no trecho de Resende a Porto Real

RESENDE
O tráfego de veículo na Rodovia Presidente Dutra, na altura de Resende, ficou lento durante todo o dia de ontem. O motivo é a manifestação de caminhoneiros que acontece em todo o país desde domingo. Por este motivo, o dia foi de muita paciência não só para os caminhoneiros e os motoristas que tiveram que esperar por longas horas para seguir a viagem.
Na pista de sentido São Paulo/Rio de Janeiro, dos quilômetros 305 ao 302, no trecho de Resende e do km 333 ao 288, o número de caminhões parados era intenso. O tráfego de veículos era lento durante todo o dia, só sendo possível a passagem pela pista da esquerda.
“Até concordo com a manifestação dos caminhoneiros que também necessitam que reivindicar por melhores condições de trabalho. Só não entendo porque eles insistem em prejudicar o trabalhador. Fiquei mais de três horas parado, dentro de um ônibus,  em um engarrafamento quando vim de Volta Redonda para Resende . A minha preocupação agora é voltar para casa”, contou o industriário José Maria dos Santos, 39 anos, preocupado para retornar para casa em Volta Redonda. “Tomara que até lá, quando eu sair do trabalho, o tráfego de veículos tenha melhorado. Ainda mais porque não tenho nenhum parente em Resende para que possa dormir por aqui”, disse.
Alguns caminhoneiros que estavam parados na altura do quilômetro 304,6, em frente ao Posto de Gasolina do Paraíso estavam tranquilos com a manifestação. “A gente tem que parar e ajudar o movimento. O que estão fazendo com a gente é um absurdo. Querem que a gente pare a cada quatro horas de viagem para descansar. Isso sem dizer que depois de oito horas trabalhadas a gente não poderá mais viajar. É um absurdo. Até concordo que tem que exigir regras, mas não como estão querendo nos impor. Imagina, vamos levar mais de três dias para fazer uma viagem até Goiás com as novas regras. Quem saíra perdendo será a gente porque os patrões não vão querer mais nos dar emprego”, reclamou o caminhoneiro Armando Ferreira Silva, 59 anos, morador de São Paulo, que seguia viagem para o Rio de Janeiro, protestando também contra o aumento do diesel.
“Além destas regas que estão nos impondo porque eles não revêem os constantes aumentos que estão fazendo nas bombas de óleo diesel? Eles aumentaram o valor em junho e agora no ultimo dia 13, deram mais 6% de reajuste. Dessa forma, nos caminhoneiros autônomos não temos como trabalhar porque não temos aumento do valor do frete há quase dez anos, mas o combustível é reajustado mais de duas vezes no ano. Acho que eles esquecem que a produção no país é feita, a maioria, delas pelo caminhoneiro. Quero ver o dia que a gente resolver parar de vez”, disparou.
Para tentar organizar o tráfego de caminhões próximo a entrada do Posto Paraíso, no km 304,6, na saída de Resende, o dono de uma loja de acessórios localizada no mesmo pátio do posto de gasolina e funcionários do posto orientavam os motoristas. “Além de ser entrada do posto de gasolina também é pista auxiliar da Via Dutra, vindo carros tanto de Resende, quanto voltando para a cidade. Estamos aqui para orientar os motoristas para que não fiquem parados incorretamente neste trecho evitando assim algum acidente. Ainda mais que o trecho é perigoso porque logo após passar pelo viaduto da entrada de Resende começa uma curva próximo ao posto e também a pista auxiliar a Dutra é de mão Dutra”, explicou Demétrio José, que orientava os motoristas, principalmente os de carretas a estacionarem no pátio do posto para evitar acidentes. “O posto tem um pátio que comporta mais de 50 carretas. Estamos pedindo para que eles parem por lá para evitarem acidentes neste trecho. Ainda bem que eles estão sendo receptivos e estão atendendo nossos pedidos”, completou.
Apesar da manifestação, o tráfego de veículos era normal na pista de sentido Rio/São Paulo. Durante toda a manha a pista estava sem nenhuma retenção no trecho de Resende a Itatiaia.
 Transtorno é visto na rodoviária da cidade
 VOLTA REDONDA
Na cidade, desde a manhã de ontem, era notado o reflexo da manifestação dos caminhoneiros na Rodovia Lúcio Meira - BR 393. Isso pelo fato da rodovia ser uma das mais utilizadas pelos caminhoneiros de todo o país para chegar à Rodovia Presidente Dutra. Com medo de não conseguirem seguir em frente, dezenas caminhoneiros decidiram interromper a viagem parando nos estacionamentos às margens da Via Dutra e nos pátios dos postos de gasolina, no bairro São Luiz.
A greve dos caminhoneiros já causou transtorno também para o transporte coletivo. Desde ontem, o ônibus da Viação Resendense, que faz o trecho Resende, Barra Mansa e Volta Redonda, não conseguiram chegar ao local de destino por falta de veículos.
Como aconteceu em outras cidades, em Volta Redonda, muitas pessoas não conseguiram chegar ao trabalho já que ficaram aguardando o ônibus que não passou. Muitos passageiros permaneceram na Rodoviária Francisco Torres por mais de uma hora aguardando o ônibus, mas nada conseguiram.




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