Após pacote nos EUA, Brasil estuda formas para evitar que o dólar caia demais

Do UOL, em São Paulo


O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou nesta segunda-feira (17) que o governo continuará tomando medidas para evitar a queda excessiva do dólar. Para Barbosa, o dólar entre R$ 2 e R$ 2,05 ainda está barato, mas já ajuda a indústria brasileira a ser competitiva.
Na semana passada, o banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve, ou Fed) anunciou uma nova rodada de estímulos à economia norte-americana. Com isso, mais dólares devem ficar em circulação tanto nos EUA quanto no mundo, e o valor da moeda norte-americana tende a cair. 
O dólar baixo é bom para o consumidor brasileiro comprar importados e viajar para o exterior, por exemplo. Porém, é ruim para a indústria porque os produtos brasileiros ficam muito caros no exterior. Por isso, o governo tem adotado medidas para manter o dólar entre R$ 2 e R$ 2,10.
Na semana passada, após o anúncio do novo pacote nos Estados Unidos, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já tinha dito que o Brasil defenderá o real.
"Estaremos atentos a possíveis repercussões dessa nova expansão monetária praticada pelo Banco Central norte-americano. Caso haja alguma entrada indesejada de recursos no Brasil no curto prazo, tomaremos as medidas adequadas e não deixaremos que ocorra uma valorização do real por essas medidas", disse Mantega durante uma coletiva de imprensa. 

'Medida cambial a gente toma e explica depois'

Nesta segunda, Barbosa disse que ainda é cedo para saber quais serão os efeitos da medida do Fed ao redor do mundo.
"Esperamos que isso [a injeção monetária] fique circulando na própria economia americana e ajude em sua recuperação", disse Barbosa. Porém, caso o excesso de dólares leve a moeda a ficar muito barata no Brasil, o governo tomará mais medidas para evitar que a queda excessiva do dólar, segundo ele.
Segundo secretário executivo do Ministério da Fazenda, a elevada injeção de dinheiro na economia promovida pelos bancos centrais para fazer frente à crise, bem como as taxas de juros reais negativas praticadas na economia global, tem o efeito indireto de valorizar nossa moeda, o que não é desejável.

De acordo com Barbosa, o Brasil conta com um sistema de câmbio flutuante, em que o governo atua para evitar valorização ou desvalorização excessiva. "Medida cambial a gente não anuncia antes, a gente toma e explica depois."

Além de manter o câmbio em patamar menos valorizado, o governo, acrescentou o secretário, está tomando outras medidas importantes para aumentar a competitividade da indústria, tais como a redução nas contas de energia do país. Segundo ele, há mais iniciativas em análise para esse propósito, como a reforma tributária.

(Com informações de AFP e Valor)

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