Após grande operação corporativa, dólar cai 0,58%

Brasil Econômico - 03/09/2013
Após grande operação corporativa, dólar cai 0,58%O dólar perdeu 0,58%, para R$ 2,3598 na venda, após chegar, na máxima do dia, a R$ 2,4042, alta superior a 1%
O dólar fechou em queda frente ao real nesta terça-feira, descolado de seus pares internacionais, reagindo a uma grande operação corporativa de entrada de divisas que reverteu a alta vista durante a primeira parte do pregão.
O dólar perdeu 0,58%, para R$ 2,3598 na venda, após tocar, na máxima do dia, R$ 2,4042, alta superior a 1%.
"Há um fluxo de entrada (de dólares) bastante importante relacionado a uma operação corporativa", afirmou o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, Jankiel Santos.
A operação foi confirmada também por dois operadores de câmbio de instituições financeiras, que não souberam nomear a empresa. Ambos ressaltaram que, além disso, investidores estrangeiros aproveitaram a cotação mais alta da divisa para trocar dólares por reais e investir em títulos públicos.

O movimento aconteceu pouco antes de o Banco Central anunciar para quarta-feira mais um leilão de swap cambial tradicional - equivalente a venda futura de dólares, em operação prevista no cronograma de intervenções diárias. O BC ofertará, entre as 9h30 e as 9h40, 10 mil contratos com vencimento em 2 de dezembro de 2013, divulgando o resultado a partir das 9h50.
A autoridade monetária vendeu, no início da sessão, a oferta total de 10 milhões de contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 2 de dezembro de 2013. O volume financeiro equivalente da operação foi de U$ 498,2 milhões de dólares.
A ALTA DA MOEDA
Novas preocupações com um possível ataque militar iminente à Síria deram força ao dólar na primeira parte do pregão. Israel testou um sistema antimísseis financiado pelos Estados Unidos no Mediterrâneo sem qualquer aviso prévio. E líderes republicanos no Congresso norte-americano afirmaram que apoiam os esforços do presidente Barack Obama por uma ação militar contra o regime sírio de Bashar al-Assad.
"Apesar dessa queda do dólar no Brasil, lá fora continua tudo tumultuado: o que está pegando é Síria e a questão do banco central norte-americano", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, para quem a moeda dos EUA deve variar dentro da banda de R$ 2,30 a R$ 2,40 no curto prazo.
O setor industrial norte-americano cresceu no mês passado no ritmo mais rápido em mais de dois anos, mostrou nesta terça-feira o relatório do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês). Já os gastos com construção aumentaram em julho, à medida que mais despesas para construir moradias e prédios comerciais compensaram a queda no setor governamental.
Os dados dão fôlego às especulações de que o Federal Reserve comece a reduzir o programa de compra de ativos na reunião de política monetária prevista para 17 e 18 deste mês, diminuindo a liquidez global.