Dólar firme deve incentivar retomada das exportações de máquinas em 2014

por RedacaoT1
Milton Rego, da Anfavea: com o câmbio desfavorável, Brasil perdeu mercados na África, na Europa Oriental e nos EUA. Foto: Luis Ushirobira/Valor
Se o novo patamar do dólar frente ao real for mantido (entre R$ 2,30 e R$ 2,50), as exportações brasileiras de máquinas agrícolas poderão ser beneficiadas no próximo ano, avalia Milton Rego, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), entidade que representa as principais empresas do setor no país.
Rego afirma que o nível atual da moeda americana poderá aumentar a competitividade da indústria nacional, que vem perdendo espaço para os concorrentes nos últimos anos.

“Perdemos os mercados da África, Europa Oriental e Estados Unidos”, disse. Atualmente, cerca de dois terços das exportações brasileiras vão para o Mercosul.
A alta do dólar ainda não impactou os embarques brasileiros nos últimos meses, pois as vendas foram fechadas há cerca de quatro meses e os principais clientes do Mercosul usam a referência de preços em reais, explica Rego.
A alta do dólar inicialmente afeta os custos de produção sobre os componentes importados – em média 20% da composição na fabricação de máquinas agrícolas automotrizes (tratores de rodas e de esteiras, colheitadeiras e retroescavadeiras) -, depois a indústria renegocia contratos, observa o representante da Anfavea.
Em agosto, as exportações brasileiras de máquinas agrícolas totalizaram 1,585 mil unidades, aumento de 17% sobre julho e alta de 39% sobre o mesmo mês em 2012.
Já no acumulado do ano, os embarques recuaram 9,5% ante janeiro a agosto de 2012, para 9,952 mil unidades, de acordo com a associação.
No mês passado, a Anfavea revisou para baixo o desempenho das exportações este ano. A previsão inicial era de estabilidade e passou a ser de recuo de 17,2%, para 14 mil unidades ante 16,9 mil máquinas exportadas no ano passado.
Em receita, as vendas externas cresceram 11,4% nos primeiros oito meses de 2013 ante igual intervalo de 2012, a US$ 2,337 bilhões.
Já as vendas internas no atacado continuam aquecidas diante da boa capitalização dos produtores rurais e dos juros baixos do Programa de Sustentação do Investimento (PSI, do BNDES).
De janeiro a agosto, totalizaram 56,551 mil unidades, incremento de 26,4% sobre os oito primeiros meses de 2012. Para 2013, a previsão é de crescimento de 18,4% na comercialização interna sobre o ano passado. Se confirmado, o desempenho será o melhor da história do setor.
Fonte: Valor Econômico, Por Carine Ferreira