China toma mercados tradicionais do Brasil

A estratégia da China de aumentar suas vendas aos países americanos para compensar a desaceleração das economias centrais resultou, nos últimos cinco anos, em maior participação do país asiático nas importações dos parceiros do Brasil no Mercosul e dos países integrantes da Aladi (Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela) e do Nafta (Canadá, EUA e México), conforme levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

Mais do que isso, a pesquisa mostra que a China tem conseguido aproveitar as oportunidades de mercado. Os chineses conseguiram mais "market share" na venda de produtos cuja demanda avançou na participação das importações das três regiões. Essa fatia de "oportunidade aproveitada", como chama o estudo, aumentou de 38% em 2008 para 45% em 2012. Essa participação também teve importante avanço na exportação brasileira para os três blocos, mas é bem menos representativa. Na exportação do Brasil, a parcela subiu de 17% em 2008 para 25% no ano passado.

Os três blocos - Mercosul, Aladi e Nafta - são considerados mercados tradicionais para os fabricantes brasileiros. Em 2008, quando eclodiu a crise que fez a China acelerar o ritmo de embarques para mercados periféricos, a exportação para os três blocos representava 38,5% do total das vendas brasileiras ao exterior. No ano passado, essa fatia caiu para 31,9%. A queda foi resultado, principalmente, da baixa expansão das exportações brasileiras para esses blocos e não do aumento para outras regiões.

Fonte: Valor Econômico/Marta Watanabe | De São Paulo