Aumento das apostas no impeachment faz juros futuros caírem

Data: 14/04/2016
O ESTADO DE S. PAULO - SP

O crescimento das apostas no impcachment da presidente Dilma Rousseff colocou ontem as taxas dos contratos futuros de juros em baixa. Investidores destacaram a maior adesão de deputados, anteriormente integrantes da base aliada, ao grupo pró-impeachment, na esteira do desembarque de terça-feira do PP. Ontem, o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, que c ligado à legenda, entregou sua carta de demissão à presidente. E era esperado para o começo da noite o anúncio do PSD sobre a permanência ou não na base.

Também compôs o cenário político a interpretação de parte dos investidores de que houve uma mudança de tom no discurso de Dilma, admitindo chance de derrota. Em entrevista a jornalistas à tarde, a presidente disse estar confiante em uma vitória na Câmara e que, caso isso aconteça, vai propor um amplo pacto nacional com todas as forças políticas, inclusive da oposição. Indagada sobre se participaria de um pacto no caso de derrota, respondeu: "Se eu perder, sou carta fora do baralho".

Com isso, no mercado de juros, as taxas futuras registraram a quarta sessão seguida de queda. O contrato para janeiro de 2018 encerrou com taxa de 13,21%, ante 13,39% da terça-feira, enquanto 0 vencimento para janeiro de 2021 fechou com taxa de 13,19%, de 13,48% na véspera.

Na Bovespa, os negócios também foram influenciados pela questão política. Além disso, as ações se beneficiaram de resultados de importações de commodities na China e da valorização do minério de ferro no dia. O sinal das bolsas internacionais também contribuiu para o avanço. O Ibovespa - índice de referência da Bolsa brasileira - fechou com ganho pelo segundo dia consecutivo, de 2,21%, aos 53.149,84 pontos. Esta é a maior pontuação desde 14 de julho de 2015 (53.239 pontos). Vale ON subiu 4*43% e Vale PNA teve alta de 4,23%, enquanto Petrobrás ON avançou 4,23% c o papel PN da estatal subiu 5,32%. Nos EUA, o índice de ações Dow Jones fechou em alta de 1,06%, aos 17.908,28 pontos; o S&P 500 subiu 1,00%, aos 2.082,42 pontos; e o Nasdaq avançou 1,55%, aos 4.94742 pontos.

No mercado de câmbio, mais uma vez o Banco Central reforçou a artilharia contra a desvalorização do dólar ante o real e entrou no mercado cinco vezes, ofertando contratos de swap cambial reverso, em operações equivalentes à compra de dólares no mercado futuro. Ao todo, vendeu 105.000 papéis desse tipo, num volume de US$ 5,250 bilhões. Com a atuação, o BC conseguiu segurar a moeda no patamar de R$ 3,48. Ainda assim, o dólar à vista encerrou o dia em queda de 0,15%, aos R$ 3,4858. A moeda para maio - a mais líquida - fechou cm ligeira alta, de 0,13%, cotada a R$ 3,5165.


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