Sem ação do BC, dólar recua a R$ 3,549

Data: 26/04/2016
O GLOBO - RJ

Em sessão sem intervenção do Banco Central ( BC), o dólar encerrou ontem em baixa de 0,64%, cotado a R$ 3,549 para venda. Nas últimas semanas, a autoridade monetária vinha comprando dólares no mercado futuro para evitar desvalorização intensa da moeda. Já a Bolsa de Valores de São Paulo ( Bovespa) registrou queda de 1,98% em seu principal índice, o Ibovespa, aos 51.861 pontos. Foi a maior queda da Bolsa em três semanas, resultado da realização de lucros dos investidores e do desempenho dos mercados externos, em pregão de aversão a risco e recuo de commodities.

- Os investidores estão tentando forçar a moeda até o terreno de R$ 3,50 para ver se o BC voltará a comprar a divisa no mercado futuro - disse Alfredo Sequeira Filho, da DNA Invest.

Segundo analistas, também contribuiu para a queda da Bolsa a avaliação de que segue incerta a composição do eventual governo Michel Temer.

- Há alguma incerteza sobre como vai se dar o provável processo de troca de governo. Ainda é cedo para tirar conclusões. E o fato é que, depois de uma euforia motivada pelo quadro político, o cenário externo voltou a ser o foco hoje - disse João Pedro Brugger, da Leme Investimento.

VALE PUXA QUEDA Entre as ações, a Petrobras ON recuou 4,19% ( R$ 12,36), e a PN teve baixa de 4,31% ( R$ 9,33). Segundo analistas, parte da desvalorização se dá por causa da queda de 0,8% do preço do petróleo, cujo barril do tipo Brent valia US$ 44,75 no encerramento do pregão da Bovespa. A commodity recuou do maior patamar em cinco meses com sinais de aumento da oferta do produto.

Mas a Vale foi a maior razão para a queda do Ibovespa, com seu papel ON registrando baixa de 6,57% ( R$ 18,06), e o PNA, de 7,51% ( R$ 14,16). A companhia reagiu à queda do minério de ferro nos últimos dias e à realização de lucros dos seus acionistas, depois de a mineradora ter acumulado valorização de 35% no mês até a sexta passada diante de sinais de melhora da economia chinesa.

No setor bancário, o Banco do Brasil ON caiu 2,21% ( R$ 20,80), e o Bradesco PN teve retração de 2,31% ( R$ 24,96). O Itaú Unibanco PN recuou 0,88% ( R$ 31,40), enquanto a ação do Santander teve queda de 0,41% ( R$ 17,21).

Na ponta contrária, a Oi ON disparou 9,76% ( R$ 0,90) depois que a companhia anunciou acordo de confidencialidade para que a Moelis & Company toque a reestruturação de sua dívida.

Os juros futuros recuram com os investidores avaliando as notícias de que Henrique Meirelles está sendo sondado para o ministério de um possível governo Temer - os dois se reuniram no fim de semana - e com a queda das expectativas de inflação registrada na pesquisa Focus. O contrato de juros futuros com vencimento em janeiro de 2017 caiu de 13,52% ao ano para 13,48%; o com prazo em 2021 recuou de 12,9% para 12,75% ao ano.

Em Wall Street, o índice Dow Jones registrou queda de 0,15%, e o S& P 500, 0,18%.

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