Autor(es): Francisco Góes | Do Rio
Valor Econômico - 15/12/2011
A Companhia Brasileira de Offshore (CB0), controlada pelo grupo Fischer, dá hoje passo importante no projeto de expansão da empresa, que prevê investimentos de mais de US$ 900 milhões até 2014. A CBO inaugura, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, a Aliança Offshore, empresa que vai montar blocos para embarcações de apoio marítimo do próprio grupo e de terceiros.
Com a nova unidade, instalada em terreno de 50 mil m2, a CBO avança no sentido de crescer em toda a cadeia ligada à prestação de serviços para a indústria de petróleo e gás: construção e reparação naval (barcos de apoio às plataformas) e navegação (serviços de afretamento de barcos às petroleiras). Hoje a CBO tem uma frota de 19 barcos de diferentes modelos em contratos de aluguel de longo prazo com a Petrobras e com a norueguesa Statoil, disse Luiz Maurício Portela, presidente da CBO.
O executivo disse que, em 2010, assinou contrato de financiamento de US$ 785,6 milhões com o BNDES. Mas os desembolsos do grupo no programa de expansão serão maiores, já que os financiamentos, com recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), correspondem a 90% do investimento.
Além dos contratos de financiamento já assinados com o BNDES, a CBO recebeu, em novembro, prioridade do FMM para contratar mais US$ 39,1 milhões em financiamentos referentes à expansão do Estaleiro Aliança, de Niterói, que também pertence ao grupo. A prioridade é o primeiro passo para contratar os financiamentos. A soma dos financiamentos contratados e da prioridade concedida faz com que os investimentos previstos até 2014 somem US$ 916 milhões, dos quais 90% ou US$ 824,7 milhões financiados pelo FMM.
Com a inauguração da Aliança Offshore, o estaleiro do grupo vai ganhar flexibilidade operacional. Da localidade de Guaxindiba, em São Gonçalo, onde está situada a nova unidade fabril, vão sair, via rodoviária, blocos de até 14 toneladas que serão usados na construção de barcos de apoio no estaleiro, situado a 14 quilômetros de distância. O investimento na Aliança Offshore é de US$ 28 milhões, dos quais US$ 25 milhões financiados. A unidade vai processar aço, tubos, acessórios de casco e fará a montagem de blocos para as embarcações de apoio.
Portela disse que, a partir de meados de 2012, a Aliança Offshore estará apta a fornecer blocos de barcos de apoio para outras empresas. A CBO está conversando com a Prefeitura de São Gonçalo para ajudá-la, a médio prazo, a operar um porto no município.
Existe a possibilidade de que no futuro os blocos produzidos na Aliança Offshore sejam transportados, via fluvial, até o Estaleiro Aliança, que também passará por mudanças. Hoje o Aliança é um estaleiro de construção, mas com investimentos de US$ 40 milhões, dos quais US$ 29,6 milhões financiados, passará a atuar também no reparo de embarcações do grupo. O estaleiro vai construir um dique flutuante, ganhará nova oficina e terá erguido cais de 300 metros para navios em fase de acabamento ou docagem.
Portela disse que, com as obras, o estaleiro passará a produzir cinco barcos por ano ante três unidades hoje. "Conseguimos a licença de instalação para as obras de expansão do estaleiro [com o Instituto do Ambiente do Estado do Rio] e planejamos começar as obras em 2012 para concluir os trabalhos em meados de 2013", disse.
A frota de navios também vai crescer. Aos 19 barcos em operação vão se somar nos dois próximos anos outras cinco embarcações. Além disso, a CBO conta, nos financiamentos assinados com o BNDES, com US$ 460,6 milhões para construir novos barcos de apoio, os quais dependem de licitações de afretamento da Petrobras para sair do papel.
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