Agora é a vez da União Europeia inteira

Autor(es): Daniele Camba
Valor Econômico - 08/12/2011

As agências de classificação de risco resolveram marcar posição dentro da crise europeia. Depois de colocar 15 dos 17 países pertencentes à zona do euro em análise para possível rebaixamento, ontem a Standard & Poor"s (S&P) pôs a União Europeia inteira em observação. Segundo a agência, ela deve rebaixar a União Europeia em um nível.

Assim como no dia dos 15 países da zona do euro, a notícia de ontem saiu quando o mercado no Brasil já estava fechado, o que é um sinal de que a bolsa tem grandes chances de refletir isso negativamente no pregão de hoje. Mesmo sem essa notícia, a Bovespa teve um pregão negativo, com o Índice Bovespa fechando em baixa de 1,47%, aos 58.662 pontos.

O tom pessimista é resultado principalmente de informações dando conta de que a criação de um novo fundo europeu de resgate já sofre a resistência de países importantes nessa negociação, como a Alemanha.

O que se discute até então é, além dos € 400 bilhões do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF, na sigla em inglês), a criação de outro fundo chamado de Mecanismo Europeu de Estabilização (ESM, na sigla em inglês), e que seria da ordem de € 500 bilhões.

As informações de ontem, no entanto, eram de que a Alemanha está disposta a barrar qualquer tentativa de criação desse fundo. Juntamente com a França, a Alemanha forma a dupla forte dentro da zona do euro. Portanto, tudo que for barrado por eles dificilmente é aprovado.

Às vésperas da reunião de cúpula da União Europeia, que ocorre amanhã, o mercado vive uma fase bipolar, para dizer o mínimo. Num dia, com rumores de que as autoridades europeias estão decididas a acabar com a crise, as ações sobem. Já no dia seguinte, tudo se desmente e o que era alta vira queda.

Esse nível de volatilidade é interessantíssimo para os especuladores, que sabem ganhar com o nervosismo dos ativos. Mas a grande maioria dos investidores que resolve se aventurar nessa montanha-russa acaba quebrando a cara.

No campo corporativo, as ações preferenciais (PN, sem direito a voto) da Gol subiram 3,60%, de longe a maior alta dentro do Ibovespa, com o anúncio de que a empresa americana Delta Air Lines vai comprar 3% das preferenciais da companhia brasileira, no valor total de US$ 100 milhões.

Daniele Camba é repórter de Investimentos

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