Dólar fecha em forte alta em dia de pessimismo no exterior

06/03/2012 17h18 - Atualizado em 06/03/2012 17h50
Do G1, com informações da Reuters

Moeda norte-americana avançou 1,57%, vendida a R$ 1,7640.
Esta é a maior valorização percentual diária desde 12 de dezembro.

O dólar comercial fechou em forte alta nesta terça-feira (6), ultrapassando os R$ 1,76 pela primeira vez desde o fim de janeiro, diante da forte aversão a risco no cenário internacional e por novos alertas do governo de que poderá agir para frear uma nova série de quedas da moeda norte-americana.

A cotação da moeda norte-americana avançou 1,57%, a R$ 1,7640 para venda. Esta é a maior valorização percentual diária desde 12 de dezembro, quando o dólar saltou 2,14%, para R$ 1,8445.
Ao longo deste ano, o dólar ainda acumula queda de 5,59% em relação ao real – mas esta desvalorização já chegou a superar os 9% no fim de fevereiro.

Atuações do governo

"O governo tem falado todo dia que pode agir no câmbio, e isso traz insegurança ao mercado. Ninguém quer arriscar ficar vendido com tantas ameaças", disse o diretor de câmbio da Pioneer, João Medeiros.

Nesta terça-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o governo não vai permitir a valorização do real em relação ao dólar para não causar prejuízos à indústria. "Temos todos os instrumentos para garantir que o real não vai se valorizar. Podemos tomar outras medidas", disse o ministro, acrescentando que o arsenal do governo é "infinito".

A presidente Dilma Rousseff também voltou a criticar as medidas de política monetária expansionista praticadas pelos países desenvolvidos. Segundo ela, essas ações causam um "tsunami monetário" que valorizara moedas locais e prejudica a competitividade.

Apenas na última quinta-feira, o governo brasileiro anunciou duas medidas para frear a apreciação do real.

Em outra frente, o Banco Central retomou em fevereiro suas compras de dólares no mercado, em mais um esforço para defender o patamar de R$ 1,70.

Sem intervenção do BC

Na sessão desta terça-feira, após nove dias de intervenção ininterrupta, o BC não atuou, em meio a problemas no Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen), segundo a assessoria de imprensa do banco.

O Sisbacen é um sistema eletrônico de coleta, armazenagem e troca de informações que liga o Banco Central ao mercado financeiro. Por meio dele, a autoridade monetária informa, entre outros, suas intervenções no mercado de câmbio.

Medeiros, da Pioneer Corretora, lembrou ainda que a alta do dólar nesta terça-feira também esteve ligada à piora no sentimento internacional, devido a preocupações de que a Grécia dê um calote e golpeie toda a economia mundial.

Um default grego poderia causar mais de 1 trilhão de euros de danos à zona do euro, segundo alertou o grupo que representa os credores de títulos gregos.

Após a China cortar sua meta de crescimento deste ano para o menor valor em oito anos na véspera, a União Europeia (UE) confirmou nesta terça-feira que o Produto Interno Bruto (PIB) dos 17 países que compõem a zona do euro encolheu 0,3% entre outubro e dezembro de 2011, num sinal de que o bloco pode estar a caminho de uma recessão.

O dólar subia 0,7% frente a uma cesta de divisas com o euro em baixa de 0,76%, a US$ 1,3117. O índice MSCI de ações globais perdia 2,2%, enquanto o índice de volatilidade VIX, considerado termômetro do medo do mercado, saltava quase 17%.

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