Indústria de máquinas revê metas de exportação

Autor(es): Por Carine Ferreira | De São Paulo
Valor Econômico - 07/03/2012

A contínua perda de competitividade das exportações de máquinas agrícolas do Brasil diante do câmbio desfavorável e de questões como a elevada tributação deve fazer com que as empresas revisem as metas para o setor este ano.

De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), os embarques em fevereiro totalizaram 1.406 unidades, queda de 7,7% em relação a janeiro e leve recuo de 0,1% contra o mesmo mês de 2011. O resultado foi fortemente impactado pela redução das vendas para a Argentina, que desde 1º de fevereiro exige uma declaração de importação que precisa ser aprovada por diversos órgãos do governo. Os problemas já começaram no primeiro semestre do ano passado, quando as licenças de importação deixaram de ser automáticas.

A Anfavea não divulgou os números referentes à Argentina, mas Milton Rego, diretor da entidade, calcula que as exportações para o país vizinho recuaram 60% no primeiro bimestre de 2012 contra o mesmo período do ano passado. Segundo a Anfavea, o mercado argentino foi o destino de 57% das vendas externas brasileiras de máquinas agrícolas em 2011.

"Se o problema da Argentina não se regularizar em dois meses, as exportações do setor vão recuar este ano", diz Rego. A Anfavea ainda considera a perspectiva de estabilidade dos embarques em 18.400 unidades em 2012.

E diante da dificuldade de redirecionar as vendas para outros destinos, a Anfavea prevê redução da produção das empresas que atuam no Brasil.

Apesar da redução dos embarques no último mês, no 1º bimestre do ano, em volume, as vendas externas do setor subiram 10,5% e totalizaram 2.929 unidades ante 2.651 máquinas embarcadas no 1º bimestre de 2011. O resultado do acumulado de 2012 foi puxado pelas vendas a outros países do Mercosul, especialmente o Paraguai, em janeiro, de acordo com Rego.

Já as vendas internas de máquinas agrícolas no atacado somaram 4.878 unidades em fevereiro, alta de 10,4% ante janeiro e queda de 6,4% contra o mesmo mês do ano passado. A explicação para a maior comercialização em relação ao primeiro mês de 2012 é a diminuição dos estoques do produto no varejo, diante da política comercial de cada empresa.

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