Dólar sobe a R$ 1,732

Correio Braziliense - 03/03/2012

Frente à "guerra cambial" que tem provocado baixas na indústria brasileira, o Banco Central voltou a intervir no mercado ontem para conter o derretimento do dólar. Segundo analistas, o BC realizou dois leilões de compra e retirou aproximadamente US$ 360 milhões do sistema financeiro. Diferentemente das tentativas da instituição no dia anterior, desta vez a presença maciça no mercado funcionou. Tanto que a divisa norte-americana voltou a subir e fechou a sexta-feira com alta de 1,20%, cotada a R$ 1,732 para a venda.

A intervenção só teve eficácia, na avaliação de especialistas, porque ocorreu em conjunto com outras ações do governo, a exemplo da extensão do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), de 6%, para empréstimos no exterior com vencimento de até três anos; e da limitação para os pagamentos antecipados de exportações. O mercado leu nas entrelinhas das medidas anunciadas pelo Ministério da Fazenda e pelo BC que o governo está disposto a ir fundo na briga por um dólar mais alto comparado ao real.

Os investidores, porém, aumentaram as apostas no mercado futuro na continuidade do derretimento da moeda norte-americana. Para Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper Corretora, mesmo com a elevação expressiva ontem, a tendência de baixa continua em função da "gigantesca quantidade" de dinheiro em circulação no mundo e dos juros baixos nas economias maduras. Para o Credit Suisse, o aumento do IOF terá efeito passageiro, visto que a maioria das operações de empréstimo no exterior são superiores a três anos — na média, os vencimentos chegam a nove anos.

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