As exportações da zona do euro tiveram forte alta em agosto, e a taxa de inflação anual no bloco da moeda comum manteve-se inalterada em setembro. Os dados foram divulgados ontem pela Eurostat.
O aumento das exportações é boa notícia para a região, já que a demanda interna tem sido comprimida pelos rígidos programas de austeridade adotados por vários dos 17 países da moeda única.
Somados aos números da produção industrial de agosto, um segundo mês consecutivo de alta, os ganhos no comércio externo são um sinal de que o bloco, por ora, está conseguindo evitar a desaceleração aguda temida por alguns economistas devido ao agravamento da crise da dívida soberana.
O comércio do bloco com o resto do mundo teve, em setembro, superávit de € 6,6 bilhões. Isso representa uma queda na comparação com o recorde de € 14,7 bilhões de junho, mas uma recuperação em relação ao déficit de € 5,7 bilhões de julho. Analistas esperavam saldo positivo de € 10 bilhões.
Os dados de comércio são voláteis e, ajustados para eliminar os efeitos dos ciclos sazonais, houve alta de 3,7% nas exportações da zona do euro em agosto. As importações também subiram, embora em ritmo menor, resultando num superávit comercial sazonalmente ajustado de € 9,9 bilhões.
Já os preços ao consumidor subiram 2,6% no período de 12 meses encerrado em setembro, a mesma marca de agosto. A inflação vem se mantendo acima da meta estabelecida pelo Banco Central Europeu, que deveria ficar "pouco abaixo" de 2%.
Taxas altas de inflação representam um obstáculo para as perspectivas de recuperação da zona do euro, já que comprometem o poder de compra dos consumidores num momento em que o desemprego avança e os salários sobem em ritmo muito lento.
A expectativa de analistas é que a economia da zona do euro entre em recessão, com uma nova contração no terceiro trimestre, após a queda do PIB de 0,2% no segundo trimestre. Mesmo a Alemanha pode ter contração.
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