Volume de importações cai mais que preço em setembro

Autor(es): Por Marta Watanabe | De São Paulo
Valor Econômico - 22/10/2012


O volume influenciou mais que o preço na redução das importações totais do Brasil em setembro. O valor total importado no mês passado caiu 13,7% na comparação com o mesmo mês de 2011. No mesmo período os preços médios das importações caíram 2,2%, mas o volume desembarcado teve queda bem maior, de 11,9%. Os dados são da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).
A queda de volume foi influenciada principalmente por bens de capital, bens intermediários e bens de consumo duráveis. Em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2011, a única categoria de uso que não teve queda de volume foram os bens de consumo não duráveis, que registraram alta de 2,8%. No acumulado do ano, em relação ao mesmo período do ano anterior, o quantum do total das importações brasileiras ficou com queda de 2%. O volume importado registrou redução em setembro em 23 dos 30 setores levantados pela Funcex.
Apesar da queda de preços médios de 2,2% no total das importações em setembro, na comparação com setembro do ano passado, houve elevação de preço em algumas categorias de uso. Os bens de capital importados tiveram elevação de 4,9% nos preços médios e os bens de consumo duráveis ficaram 4,4% mais caros. Para Fabio Silveira, sócio da RC Consultores, a subida de preço nos importados pode indicar uma mudança no mix dos produtos desembarcados, com a compra de produtos de maior valor agregado. Para o economista, é um fenômeno que começa a ocorrer em alguns segmentos e mercadorias, em razão da recuperação do mercado doméstico.
Nas exportações, a queda do valor total embarcado ainda continua mais influenciada pelo preço. Em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2011, o valor total exportado pelo Brasil teve redução de 14,1%. No mesmo período, os preços médios dos produtos embarcados caíram 9,4% e o volume exportado teve queda de 5,3%.
A redução de preços e volumes na exportação, diz Silveira, ainda é reflexo da crise na zona do euro, da lenta recuperação da economia americana e da desaceleração do crescimento da China.
Apesar dos dados divulgados pelo país asiático na semana passada indicando uma freada no seu ritmo de desaceleração econômica, Silveira diz que no próximo ano a economia chinesa vai manter a tendência de redução de crescimento. Ele estima que a China chegue a crescimento de 5% em dois ou três anos. Para 2013, ele prevê alta de 6,5% do Produto Interno Bruto chinês.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui o seu comentário, muito obrigado pela sua visita!