Inflação e dólar altos exigem atualização de bens segurados

Brasil Econômico - 26/08/2013
Inflação e dólar altos exigem atualização de bens seguradosCenário macroeconômico faz empresário redobrar atenção, já que indenização é proporcional ao valor declarado na apólice
O aumento da inflação e a valorização do dólar ante o real devem ser olhados com cautela pelos empresários, não só por causa dos impactos nos resultados financeiros mas também pela necessidade de promover a reavaliação patrimonial dos ativos contemplados em uma apólice de seguros. A avaliação é de Victor Garibaldi, diretor da MDS Consultores de Seguros e Risco, uma das maiores corretoras de seguro do país.
Isso porque, se o empresário não revisar os valores declarados dos bens, e estes sofrerem um ajuste, para cima, tanto por conta da inflação quanto pela alta da divisa americana, em um eventual sinistro, a indenização será proporcional ao valor declarado.
Garibaldi dá como exemplo um empresário que, há um ano, tenha adquirido um bem cujo valor era de US$ 1 mil. Na época, o dólar estava R$ 2,00 e, sendo assim, o valor declarado na apólice de seguro foi de R$ 2 mil. Hoje, com o dólar próximo aos patamares de R$ 2,40, o bem valeria R$ 2,4 mil.
"Hoje em dia, apenas 40% dos nossos clientes fizeram atualização do valor de risco do bem e essa reavaliação resultou em um aumento entre 25% e 31% acima dos valores patrimoniais considerados anteriormente na apólice de seguro. Se antes a necessidade de alterar os valores era de dois em dois ano, a mudança de cenário econômico exige que o segurado faça isso anualmente", diz.

Ainda segundo o executivo, como grande parte das apólices da MDS são renovadas no segundo semestre, a expectativa é que o percentual de clientes que tenham solicitado a reavaliação patrimonial dos ativos chegue a 90%.
Atualmente, os bens dos clientes da carteira de seguro patrimonial da MDS somam R$ 80 bilhões e a expectativa é que esse número avance 20% em 2013, sendo que mais da metade desse percentual deve ser em decorrência da revisão dos valores dos ativos. "Dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) mostram que o volume de prêmios da carteira de seguro patrimonial cresceu 9% entre 2011 e 2012, e deve avançar 12% este ano, também ajudado por esse processo", diz Garibaldi. "Ainda há espaço para a carteira de seguros patrimoniais avançar entre pequenas e médias empresas", completa o diretor.
Ele lembra que o segmento econômico mais afetado em caso de uma não revisão do valor do bem é o de manufaturas, tanto pela questão predial, quanto industrial. Para a atualização de máquinas e equipamentos, por exemplo, o indicador utilizado é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Já para a atualização de bens prediais, o índice utilizado é o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). "Para se ter uma ideia, o INCC avançou mais de 7% em 2012", exemplifica.
Outra carteira afetada pela disparada da inflação e valorização do dólar é a de transportes. "Como o valor embarcado aumentou, o custo da apólice também avançou", diz o executivo da MDS.
NÚMEROS:
R$ 80 bi: é a somatória dos bens dos clientes da carteira de seguro patrimonial da MDS e a expectativa é que esse número avance 20% em 2013.
12%: é a expectativa de crescimento da carteira de seguros patrimoniais este ano em relação ao ano anterior, ajudada pela revisão do valor dos bens.