Por Filipe Pacheco | Valor
SÃO PAULO - O dólar interrompeu uma sequência de seis pregões seguidos de queda e terminou em leve valorização nesta segunda-feira. A moeda passou a maior parte do pregão em queda, mas notícias de que países importantes da zona do euro possam ser rebaixados mudaram o rumo das negociações na última hora do pregão.
O dólar comercial terminou com alta de 0,22%, cotado a R$ 1,790 na compra e R$ 1,792 na venda. Na miníma do dia, a registrou perda de 0,61% , a R$ 1,777 na venda.
Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), os contratos com vencimento em janeiro fecharam praticamente estáveis, com queda de 0,02% a R$ 1,803. Também na BM&F, o dólar "pronto" terminou com queda de 0,45%, a R$ 1,7840, e volume de US$ 58,750 milhões.
Segundo o jornal britânico "Financial Times", a S&P deve anunciar ainda na noite de hoje que os ratings da Alemanha, França, Holanda, Áustria, Finlândia e Luxemburgo poderão ter suas notas AAA rebaixadas nos próximos 90 dias.
O euro, que operava em vantagem ante o dólar, principalmente por causa de notícias de que líderes do continente estão em conversas intensas sobre medidas de aperfeiçoamento fiscal para a região, reduziu fortemente a sua vantagem e operava com ligeira valorização, próxima de 0,10%, cotado a US$ 1,340.
O Dollar Index, que mede o desempenho da moeda americana ante seis outras, também inverteu rumo de queda do dia e, após a propagação do rumor, chegou a se valorizar 0,16%. O indicador, entretanto, não se sustentou neste patamar e voltou a operar novamente em baixa de 0,13%, a 78,58 pontos.
"O movimento de hoje mostra que ainda estamos muito suscetíveis ao desenrolar do noticiário lá de fora", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora de Câmbio. "E parece que toda vez que parece que alguma decisão positiva está sendo tomada, vem alguma agência de rating e joga um banho de água fria."
As notícias boas que embalaram a queda do dólar durante o dia estavam relacionadas às expectativas quanto a conversas de líderes europeus ao longo dessa semana, que culminará em um encontro na sexta-feira em Bruxelas. Nela, espera-se o anúncio de mais medidas de união fiscal para a região.
Hoje, após reunião em Paris, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, disseram que preferem um tratado para garantir que a crise não se repita na região seja aprovado pelos 27 integrantes da União Europeia, mas afirmaram que se isso não for possível, podem aceitar um outro com aprovação de somente os 17 países que usam o euro.
(Filipe Pacheco | Valor)
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