Valor Econômico
Por Agências internacionais
Divulgada depois dos fechamentos das bolsas, a perspectiva de rebaixamento dos ratings de crédito soberano de longo prazo de 15 membros da zona do euro pela Standard and Poor's deve repercutir negativamente sobre os mercados hoje.
A lista inclui as notas de Áustria, Bélgica, Finlândia, França, Alemanha, Luxemburgo, Holanda, Estônia, Irlanda, Itália, Malta, Portugal, Eslováquia, Eslovênia e Espanha.
A agência disse que as tensões sistêmicas na zona do euro decorrem de cinco fatores interligados - as condições apertadas de crédito, os prêmios de risco elevados registrados em dívidas soberanas europeias, a falta de acordo entre as autoridades da região sobre como conter a crise e garantir integração fiscal e econômica, os níveis elevados de endividamento de governos e famílias e o risco crescente de uma recessão na zona do euro em 2012.
"No momento, prevemos que a produção encolherá no ano que vem em países como Espanha, Portugal e Grécia, mas atribuímos uma probabilidade de 40% de declínio na produção da zona do euro como um todo", acrescentou a S&P.
A agência espera concluir a revisão das notas de crédito soberano "o mais rápido possível, depois da cúpula da União Europeia marcada para 8 e 9 de dezembro", acrescentando que "os ratings podem ser rebaixados em até um grau nos casos de Áustria, Bélgica, Finlândia, Alemanha, Holanda e Luxemburgo, e em até dois graus no caso dos demais governos."
Antes do fechamento dos mercados americanos, o jornal Financial Times antecipou a possibilidade do rebaixamento, contendo em parte o rali de ontem.
Ainda assim, as ações mantiveram parte dos ganhos. O Dow Jones subiu 0,65% para 12.098 pontos; o Nasdaq avançou 1,10% para 2.656 pontos e o S&P 500 fechou em alta de 1,03% a 1.257 pontos.
Dependente das expectativas sobre a crise europeia, o índice de bancos KBW subiu 2,7%. Os destaques foram o Bank of America que fechou em alta de 2,7% para U$ 5,9 e o J.P. Morgan que avançou 3,7% para U$ 33,51. O Citigroup também subiu 5,9% para U$29,83.
As bolsas europeias também fecharam em alta, antes das notícias sobre os ratings europeus. Os investidores analisaram as medidas de austeridade anunciadas na Itália e Irlanda, e também a proposta dos líderes da Alemanha e da França para elaborar um novo tratado da União Europeia e evitar que a crise se repita.
No domingo, o novo governo da Itália anunciou novas medidas de austeridade. Em seu primeiro teste desde que assumiu o cargo há duas semanas, o primeiro-ministro italiano, Mario Monti, apresentou um plano para reduzir o déficit do país em € 30 bilhões, com aumentos de impostos, cortes de gastos, reformas na aposentadoria e medidas para estimular o crescimento.
O anúncio levou os rendimentos dos títulos de dez anos do governo italiano a fecharem abaixo 6,27%.
Em Londres, o índice FTSE 100 subiu 0,28%, para 5.568 pontos; em Paris, o CAC 40 ganhou 1,15%, para 3.201 pontos; e em Frankfurt, o DAX teve alta de 0,42%, para 6.106 pontos.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, discutiram ontem um novo tratado para a União Europeia. Ele deve incluir sanções automáticas para os países que desobedeçam as regras relativas a manter sob controle os déficits públicos.
A semana ainda reserva o encontro de líderes da união europeia, na sexta-feira, e também a reunião do Banco Central Europeu (BCE), na quinta, que pode anunciar novo corte nos juros para incentivar a região.
A reportagem do Financial Times também anulou os ganhos do euro em relação ao dólar. O euro estava a U$ 1,3395 no fechamento dos mercados, uma queda de 0,22%. Os Treasuries também interromperam a queda
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