Apenas entre abril e julho, foi utilizada68%da cota disponível para a entrada de veículos daquele país
Gustavo Machado
Apenas quatro meses após firmado o novo acordo automotivo entre Brasil e México, as subsidiárias tupiniquins das montadoras já importaram 68% do limite estabelecido entre os governos dos dois países.
Fechado em março, a proposta previa que cada nação exportaria para o parceiro até US$ 1,45 bilhão. Após isto, seriam cobrados os impostos de Importação (II) e sobre Produto Industrializado (IPI).
Entre abril e julho, período em que o acordo já esteve em vigência, o México exportou para o Brasil US$ 908 milhões. Ainda restam 8 meses para que uma nova cota - a próxima será de US$ 1,65 bilhão para cada um - seja disponibilizada.
As cifras também causam surpresa quando comparadas com igual período de 2011. As importações de veículos mexicanos saltaram 77%. O volume de entrada dos carros do parceiro comercial é semelhante ao do final de 2011, que era tão grande que motivou o governo brasileiro a bater o pé e exigir as cotas.
Segundo especialistas, as montadoras estão correndo para importar tudo o que puder antes que a redução de IPI para automóveis acabe. Há duas semanas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega afirmou que não haveria prorrogação do incentivo.
Para Welber Barral, ex-secretário do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as montadoras antecipara a redução do importo e aproveitaram o desconto para importar. Esperavam vender mais com a promoção, o que aconteceu. "As empresas apostaram no aumento da demanda.
Quando voltar o IPI mais alto, deverá acabar esta onda importadora", acredita.
O surto de importações também estabelece um novo padrão para as compras brasileiras.
O preço médio do carro trazido do México está mais baixo, o que indica que veículos mais baratos estão entrando no país.
Atualmente, cada unidade está chegando ao país com o valor médio de US$ 14,1 mil, enquanto que no último ano, entravam custando US$ 15,4.
Nissan
A situação se aplica melhor à japonesa Nissan, que importa o modelo March do México por meros US$ 10 mil. Analistas sugerem que a montadora, que possui a maior cota para exportar para o Brasil - US$ 239 milhões apenas este ano-já esteja próxima do limite.
Milad Neto, analista da Jato Dynamics, já imagina que a companhia tenha ultrapassado sua cota. "Nos perguntamos se a margem em que ela opera absorve o aumento de IPI e do imposto de importação para não repassar o preço", diz.
Apenas entre maio e julho, a Nissan trouxe mais de US$ 290 milhões em veículos March para o país.
Questionada, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), limita-se a responder que o Brasil possuía superávit no setor até 2007. "A partir de então o superávit passou ao México, cujos produtos foram crescentes no Brasil. As exportações do Brasil para o México nos últimos anos, reduziram-se em razão de questões de competitividade e intensificação da concorrência por outros fornecedores", explica a associação, por meio de sua assessoria institucional.
O MDIC, que também foi indagado, preferiu não se pronunciar sobre o assunto.
Fechado em março, a proposta previa que cada nação exportaria para o parceiro até US$ 1,45 bilhão. Após isto, seriam cobrados os impostos de Importação (II) e sobre Produto Industrializado (IPI).
Entre abril e julho, período em que o acordo já esteve em vigência, o México exportou para o Brasil US$ 908 milhões. Ainda restam 8 meses para que uma nova cota - a próxima será de US$ 1,65 bilhão para cada um - seja disponibilizada.
As cifras também causam surpresa quando comparadas com igual período de 2011. As importações de veículos mexicanos saltaram 77%. O volume de entrada dos carros do parceiro comercial é semelhante ao do final de 2011, que era tão grande que motivou o governo brasileiro a bater o pé e exigir as cotas.
Segundo especialistas, as montadoras estão correndo para importar tudo o que puder antes que a redução de IPI para automóveis acabe. Há duas semanas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega afirmou que não haveria prorrogação do incentivo.
Para Welber Barral, ex-secretário do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as montadoras antecipara a redução do importo e aproveitaram o desconto para importar. Esperavam vender mais com a promoção, o que aconteceu. "As empresas apostaram no aumento da demanda.
Quando voltar o IPI mais alto, deverá acabar esta onda importadora", acredita.
O surto de importações também estabelece um novo padrão para as compras brasileiras.
O preço médio do carro trazido do México está mais baixo, o que indica que veículos mais baratos estão entrando no país.
Atualmente, cada unidade está chegando ao país com o valor médio de US$ 14,1 mil, enquanto que no último ano, entravam custando US$ 15,4.
Nissan
A situação se aplica melhor à japonesa Nissan, que importa o modelo March do México por meros US$ 10 mil. Analistas sugerem que a montadora, que possui a maior cota para exportar para o Brasil - US$ 239 milhões apenas este ano-já esteja próxima do limite.
Milad Neto, analista da Jato Dynamics, já imagina que a companhia tenha ultrapassado sua cota. "Nos perguntamos se a margem em que ela opera absorve o aumento de IPI e do imposto de importação para não repassar o preço", diz.
Apenas entre maio e julho, a Nissan trouxe mais de US$ 290 milhões em veículos March para o país.
Questionada, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), limita-se a responder que o Brasil possuía superávit no setor até 2007. "A partir de então o superávit passou ao México, cujos produtos foram crescentes no Brasil. As exportações do Brasil para o México nos últimos anos, reduziram-se em razão de questões de competitividade e intensificação da concorrência por outros fornecedores", explica a associação, por meio de sua assessoria institucional.
O MDIC, que também foi indagado, preferiu não se pronunciar sobre o assunto.
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