Objetivo é explorar potencial destas empresas

Brasil Econômico - 15/08/2012
Mesmo valorizado, o pequeno produtor brasileiro também sofre com a concorrência da China

O foco do plano está nos pequenos e médios empresários que, na visão do governo, têm um potencial ainda inexplorado para a exportação. E eles realmente encontram muita dificuldade para levar seus produtos ao mercado externo, seja pelo desconhecimento dos canais facilitadores do processo de vendas externas ou mesmo para encontrar "diferenciais" que garantam uma demanda cativa.

Isso ocorre mesmo com aqueles que estão engrenados no processo exportador há mais de uma década. É o caso da microempresária Jacqueline Chiabay, que vê no exterior grande aceitação de seus artesanatos nas linhas de acessórios, moda e decoração desde o início dos anos 2000. Ela, que já recebeu encomendas dos Estados Unidos, Israel e Itália, teve de adaptar a mercadoria antes mesmo de atender à demanda.

A capacidade de produção é elástica, podendo variar entre 50 e 400 peças ao mês. "Mas ainda não consegui um contrato fixo de exportação. É com isso que a gente sonha", afirmou, ressaltando que, ainda assim, vale a pena colocar seus produtos internacionalmente. "Vejo a valorização do meu produto, que é comprado pelo valor conceitual que está embutido." A produção de Jacqueline tem como matéria-prima resíduos de couro de fábricas de vestuário.

Ela tem um ateliê em Vitória (ES), mas a produção é distribuída em comunidades em várias partes da região Sudeste. "Uso material ecologicamente correto, mão de obra socialmente viável e isso valoriza o produto." Mesmo valorizado, o pequeno produtor brasileiro também sofre com a concorrência chinesa.

Renato Casara, da Acapu Indústria e Comércio de Instrumentos Musicais, começou a vender partes para instrumentos há 18 anos, já teve 60 funcionários e agora conta com apenas dez para exportar arcos para violino para Holanda, Japão, Alemanha e Itália. "Não tem como competir com a China." O jeito foi focar em um nicho e garantir seu espaço no exterior: "Fazemos os arcos mais caros com uma madeira brasileira, que é a tradicionalmente usada nesse tipo de produto", disse, contando que um arco que pesa apenas 60 gramas chega a ser exportado por nada menos que USS 2 mil.

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