Valor Econômico - 21/08/2012
Por De São Paulo
Os números mostram uma companhia sólida e com bons resultados financeiros. A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) encerrou 2011 com lucro líquido de R$ 370,8 milhões, 58,5% mais que no ano anterior. A receita bruta cresceu 22% e ultrapassou a cifra de R$ 3,75 bilhões.
Com mais de 60 aeroportos sob sua gestão, dos quais 28 internacionais, a Infraero possui 39 mil servidores - incluindo os terceirizados. Em 2011 cuidou de 179,9 milhões de passageiros, de 2,9 milhões de pousos e decolagens e de 1,18 milhão de toneladas de carga. Excluídos os gastos de obras e serviços de engenharia realizados com caixa próprio, o lucro ficou em R$ 157 milhões. Os investimentos somaram R$ 1,15 bilhão e foram os maiores da história da empresa, criada em 1972.
Com crescimento de 15%, a receita comercial, advinda da locação de espaços nos terminais, ficou em R$ 1,86 bilhão, cerca de 30% do total. É aí que reside uma das principais críticas à companhia. "O modelo de aeroporto shopping center está esgotado", critica Peter Wanke, coordenador da área de transporte e logística do Coppead da UFRJ.
A existência de uma área de vendas ajuda a ocupar o espaço que poderia ser destinado ao serviço aeroportuário propriamente. Navegação aérea (com 9% da arrecadação), armazenagem e capatazia (18%), embarque (29%) e pouso e permanência (12%), que deveriam ser as atividades fim da estatal, respondem por parcelas menores da receita.
A direção da Infraero afirma que, a partir da privatização dos terminais aeroportuários do país, iniciada em fevereiro, será mais fácil para a companhia investir na ampliação da infraestrutura. Isso porque a estatal ficará com 49% de participação nos consórcios formados pelas concessionárias. O setor privado terá a incumbência de investir e decidir os rumos de cada terminal. Como minoritária, a Infraero terá pouca voz ativa nos rumos dos terminais privatizados.
O dinheiro que receber dos sócios a partir da concessão será empregado na ampliação e modernização dos demais terminais, diz a direção da companhia.
Até a concessão, a Infraero gerenciava 97% do tráfego de passageiros do país. A empresa estuda abrir o capital em 2013.
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