Armadores acham positivo a criação de um teto de preço na praticagem


Por Fernanda Pires | Para o Valor
SANTOS - O decreto publicado hoje, no Diário Oficial da União, que cria a Comissão Nacional para Assuntos de Praticagem estabelece uma revolução ao propor um teto máximo de preço. A expectativa era que a comissão apenas propusesse formas de regular o preço, mas o decreto foi além do esperado pelos armadores, que são obrigados a contratar o serviço de manobra de embarcações na entrada e saída dos portos. O serviço é compulsório e não tem concorrência.
A negociação de preços é alvo de embates entre as partes. Quando não há consenso, a Marinha fixa os preços, por meio da Diretoria de Portos e Costas (DPC). Hoje, são 12 processos concluídos; dois encerrados (houve conciliação); três interrompidos; e um recém-iniciado. Mesmo sem pagamento, o prático não pode deixar de atender o navio.
O diretor-executivo do Centro Nacional de Navegação (Centronave), Claudio Loureiro, afirma que a criação da comissão "é muito positiva". Para ele, o mais importante agora é saber se haverá alguma regra de transição entre o momento atual, em que a DPC tem o poder legal de arbitrar preços, e o momento que a comissão estará estruturada para fazê-lo. Pelo decreto, ela deverá ser estruturada em 30 dias.
Segundo o presidente do Conselho Nacional de Praticagem (Conapra), Ricardo Falcão, a comissão será ideal para "desmistificar" o trabalho dos práticos no Brasil.
"Não temos problema com isso. Eles vão determinar quanto vale o serviço. O principal é a gente acreditar que vai ser algo isento", disse.
Para ele, o binômio "maior movimentação possível com menor preço possível", que foi o mote do pacote de portos, não quer dizer "a menor tarifa". "Acredito que em muitas situações o preço venha até a aumentar. Se Deus quiser vamos encerrar essas ações judiciais", disse Falcão.
O Brasil tem 22 zonas de praticagem no total.
(Fernanda Pires | Valor)

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