Com benefício, vendas podem crescer até 10% em 2013

Autor(es): Por Cynthia Malta | De São Paulo
Valor Econômico - 20/12/2012


Os fabricantes de fogões, geladeiras e lavadoras de roupa estavam sorridentes ontem no fim do dia, depois de ouvir o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciar a prorrogação de benefícios fiscais que ajudaram as vendas do setor a crescer entre 15% e 20% neste ano.
"O setor está satisfeito", disse ontem à noite Lourival Kiçula, presidente da Eletros, que reúne as empresas de eletrodomésticos. O governo vai manter, até 31 de janeiro de 2013, o IPI zerado para fogões e para tanquinhos (lavadora de roupa semi-automática). As alíquotas mais baixas de IPI até 31 de janeiro vão permitir vendas mais tranquilas por parte do varejo, sem uma eventual correria, se o benefício terminasse neste mês.
Depois disso, a alíquota do fogão sobe gradualmente para 4% a partir de julho. "Ainda é baixa", diz o vice-presidente de relações institucionais e sustentabilidade da Whirlpool, Armando Valle, Para o tanquinho, ele acredita que haja espaço para renegociar com o governo pois o plano é ter uma alíquota de IPI de 2% de fevereiro a junho e a partir de julho, de 10%. "Não faz sentido ter 10% para tanquinho", diz ele.
O executivo faz a comparação com as alíquotas previstas para a lavadora automática, mais cara do que o tanquinho, que deve ficar permanentemente em 10%. Segundo a Eletros, foram vendidos 6,6 milhões de fogões neste ano (aumento de 20% sobre 2011) e 3,5 milhões de tanquinhos (16% mais). Os brasileiros compraram 7,2 milhões de geladeiras neste ano e cerca de 5 milhões de lavadoras de roupa, com aumento de 16% e de 19%, respectivamente.
As vendas da Whirlpool, a maior fabricante de linha branca do país, com as marcas Brastemp e Consul, também crescem entre 15% e 20% neste ano, dependendo do tipo de produto. "As vendas estiveram bem aquecidas ao longo do ano", disse Valle.
Além do IPI menor, o setor de linha branca também entrou no programa de desoneração da folha de pagamento e poderá se beneficiar disso a partir de janeiro de 2013. Isso significa que as empresas podem substituir a contribuição patronal para o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) de 20% sobre a folha salarial por uma alíquota de 1% sobre o faturamento.
O programa Reintegra, que beneficia empresas exportadoras sob a forma de crédito tributário ou dinheiro vivo, em valor equivalente a até 3% do faturamento, também vai ter impacto positivo nas contas da Whirlpool. Esta é dona da Embraco, que produz compressores de geladeira e exporta 70% da produção.
Perguntado se esse novo pacote de benefícios pode resultar em preços mais baixos para o consumidor, Valle respondeu que o setor enfrenta forte pressão de custos por parte de insumos (cobre, alumínio e aço) e salários mais altos dos empregados.

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