Aversão ao risco faz dólar disparar 1,94%

Brasil Econômico - 19.06.2013

Cotado a R$ 2,22 na venda a divisa alcançou o maior maior patamar no fechamento desde 27 de abril de 2009.
O dólar disparou ante o real e fechou em alta pela quarta sessão consecutiva, indo ao patamar de 2,22 reais pela primeira vez em mais de quatro anos e sem atuação do Banco Central, após o chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, sinalizar que pode reduzir o programa de estímulo da autoridade monetária norte-americana ainda neste ano.
A moeda norte-americana ganhou 1,94%, cotada a 2,220 na venda, maior patamar no fechamento desde 27 de abril de 2009. Também foi a maior alta diária desde dezembro de 2011. Nestes quatro últimos pregões, o dólar acumulou alta de 4,08& sobre o real.
"Primeiro, o Fed trouxe projeções mais positivas e, depois, o Bernanke sinalizou que o Fed está se aproximando do momento de reduzir o estímulo", disse o estrategista-chefe do banco WestLB, Luciano Rostagno. "Eu esperava que o Bernanke quisesse acalmar os ânimos do mercado sobre a redução das compras, mas ele indicou que o mercado está no caminho certo".

Em coletiva de imprensa após o Fed anunciar que manterá o ritmo de compra de bônus em US$ 85 bilhões por mês, Bernanke afirmou que se as projeções econômicas se confirmarem, o banco central pode reduzir estímulo ainda neste ano e encerrá-lo no meio do próximo ano.
As declarações geraram turbulência nos mercados financeiros em todo o mundo e motivaram ampla valorização da moeda norte-americana, uma vez que a eventual redução das compras de bônus diminuirá a liquidez em todo o mundo.
O mercado já vinha se ajustando às expectativas de redução dos estímulos nos Estados Unidos há semanas, com altas seguidas do dólar ante o real e que trouxeram de volta as intervenções do BC, apesar de nesta quarta-feira, a autoridade monetária ter ficado de fora.
"Acho que o BC deve fazer alguma coisa esses dias, não deve ficar olhando a banda passar", afirmou o operador de câmbio da Advanced Corretora Reginaldo Siaca.
Analistas destacavam que a autoridade monetária brasileira pode adotar intervenções mais vigorosas, como leilões de dólares à vista ou a termo, ou mesmo o governo adotar mais medidas, como a redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empréstimos externos de até um ano.