Com melhora no humor externo, dólar cai 0,7%

Brasil Econômico - 25.06.2013

O movimento foi influenciado pelo BC da China, que procurou afastar preocupações sobre o aperto de crédito no país.
O dólar recuou ante o real pela terceira sessão consecutiva nesta terça-feira (25/06), em meio a uma melhora do humor nas praças financeiras internacionais depois que declarações de autoridades do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, aliviaram temores sobre o fim do programa de estímulo do país.
A moeda americana recua 0,7% frente o real, cotada a 2,2119 reais na venda. Segundo dados da BM&F, o volume negociado ficou em torno de US$ 500 milhões.
O movimento foi influenciado também por comentários de autoridades chinesas, que procuraram arrefecer preocupações sobre o aperto de crédito no país, o que havia causado forte aversão a risco nos mercados globais na véspera.
A divisa dos Estados Unidos operou em queda em relação à moeda brasileira durante toda a sessão e, na mínima do dia, chegou a cair 1,03 por cento, para 2,2046 reais.
"O dólar já mudou a tendência na véspera por conta de declarações de membros do Fed, que aparentemente ficaram muito preocupados com a reação do mercado após o Bernanke", disse o consultor de pesquisas econômicas do Banco Tokyo-Mitsubishi Mauricio Nakahodo.
"Mas o mercado vai continuar volátil, reagindo a indicadores e declarações de autoridades", acrescentou.
Os mercados globais ficaram muito avessos a risco na semana passada após o chairman do Fed, Ben Bernanke, indicar que o programa de estímulo monetário do banco poderia ser reduzido ainda neste ano e encerrado em meados de 2014 se a recuperação da economia norte-americana se confirmar.
No entanto, o sentimento dos investidores melhorou depois que o presidente do Fed de Dallas, Richard Fisher, afirmou na véspera que o banco vai conduzir uma política expansionista mesmo se reduzir seu estímulo.
"Chegou a turma do apaga-incêndio", afirmou o economista da corretora H. Commcor Waldir Kiel. "Aqui, no cenário interno, o mercado está sobrecomprado (em dólares), então bastou um movimento contrário para desarmar essas posições de compra".