Autor(es): Isabel Fleck
Correio Braziliense - 01/04/2011
Um dia após o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciar que pretende reduzir em um terço as importações de petróleo até 2020, o seu secretário do Interior, Kenneth Salazar, esteve em Brasília para avançar as conversas sobre parcerias energéticas entre os dois países. A exploração do pré-sal e a cooperação em biocombustíveis foram os temas centrais do encontro com o chanceler Antonio Patriota na tarde de ontem no Itamaraty. Salazar, um dos nomes fortes da área energética do governo Obama, elogiou a tecnologia brasileira de perfuração em águas profundas e demonstrou interesse em discutir a prevenção de vazamentos de petróleo, como o que ocorreu no ano passado no Golfo do México. O secretário foi o responsável por criar um comitê nos EUA para prevenir outros desastres relacionados à exploração.
O movimento confirma o que Obama já deixou transparecer: a redução de importação se destina mais aos fornecedores dos EUA considerados instáveis, como os países do Oriente Médio e a própria Venezuela, do que aos vizinhos “confiáveis”, como Brasil, Canadá e México. É do interesse de Washington não só a compra, mas também a exploração do petróleo do pré-sal.
O governo brasileiro quer o intercâmbio tecnológico na perfuração, mas a questão energética não é feita só de vontades convergentes. Durante a visita de Obama, a presidente Dilma Rousseff deixou claro que “é fundamental” romper as barreiras que Washington mantém sobre o etanol brasileiro. O Brasil espera que Obama pressione o Congresso americano a reduzir as tarifas. Estiveram em pauta, ainda, os esforços dos dois países para avançar o processo que tornará o etanol uma commodity (produto básico com cotação internacional).
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