Brasil é o mais empreendedor do G-20

Autor(es): agencia o globo: Ronaldo D"Ercole e Paulo Justus
O Globo - 27/04/2011

Pesquisa do Sebrae mostra melhor resultado em 11 anos, à frente dos EUA
SÃO PAULO. Com mais de 21 milhões de pessoas tocando negócios próprios, o Brasil registrou em 2010 a maior taxa de empreendedorismo entre os países do G-20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo), revela a "Pesquisa Global Enterpreneurship Monitor", a GEM 2010, divulgada ontem pelo Sebrae. O país teve seu melhor resultado em 11 anos, alcançando Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA, que inclui negócios recém-criados ou já funcionando há menos de três anos e meio) de 17,5% da população adulta - índice superior ao obtido por China (14,4%), Argentina (14,2%), Austrália (7,8%) e Estados Unidos (7,6%).

A GEM 2010 revela que iniciar um investimento aqui demandava um investimento relativamente baixo: 18% disseram ter gastado menos de R$2 mil para começar o negócio, enquanto para 23,1% o investimento inicial ficou entre R$10 mil e R$30 mil. A maioria usou recursos próprios (36%) ou pediu ajuda à família (70,5%). A razão, disseram, é que o acesso ao crédito bancário aqui, além de difícil devido às exigências, é muito caro.

Como o nível de investimento é baixo, ele vai buscar nas próprias economias ou na família. Isso acontece também em mercados como os EUA e a Europa. Depois que o negócio se estabelece, vai ao mercado financeiro - diz o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.

O estudo mostrou que o empreendedorismo no país também cresce qualitativamente. Houve um aumento no número de novos negócios motivados por oportunidades de mercado: para cada 2,1 empreendimentos abertos por oportunidade, um foi por necessidade - em 2009, essa relação era de 1,6. O resultado de 2010 colocou o Brasil em linha com a média dos 60 países pesquisados: de 2,2 por um.

Nem a crise econômica mundial afastou Cristina Sakaue da determinação de ter seu próprio negócio. Ela decidiu abrir sua loja de roupas em novembro de 2008, quando a economia começou a desacelerar.

- Convenci meu marido a vender nosso apartamento para que pudéssemos investir na reforma da loja. Era um imóvel conquistado com sacrifício.

Cristina aplicou R$30 mil na reforma da loja de 45m2 no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Para reduzir os gastos, assumiu o desenho da decoração e até das sacolas.
Com pouco mais de dois anos, a Cris Sakaue Personal Stylist triplicou o quadro de funcionárias e o faturamento. Hoje, a dona tem mais que o suficiente para comprar outro apartamento, mas prefere reinvestir na loja.

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