FT' critica intervenção do governo na Vale

O Estado de S. Paulo - 05/04/2011

O jornal britânico Financial Times criticou na edição de ontem a atuação do governo brasileiro para tirar Roger Agnelli da presidência da Vale. A coluna Lex diz que o caso é um sinal do crescente nacionalismo na área de matérias-primas."Os investidores privados possuem ações da Vale porque a empresa brasileira é a maior produtora de minério de ferro do mundo, e não porque ela é uma ferramenta de política socioeconômica do governo", diz o FT.

Segundo o jornal, Agnelli está sendo visto em Brasília como um obstáculo político. A troca no comando da mineradora já foi acertada e o mercado aguarda um novo nome para os próximos dias. Na avaliação do FT, substituir um executivo que está no posto há uma década não deveria preocupar os investidores. “A questão mais ampla, em meio a sinais do crescimento do nacionalismo com as matérias-primas, será a agenda do seu sucessor."A presidente Dilma Rousseff quer que a Vale amplie seu papel nos investimentos e criação de empregos no Brasil.

Dilma acredita que a empresa deveria se concentrar menos na exportação de minério para a China e mais na produção local de aço, fertilizantes e navios. Entretanto, Agnelli adotou foco no exterior, pois comprou a produtora de níquel canadense Inco e cogitou adquirir a suíça Xstrata.

Conforme o FT, políticos podem arrumar explicações econômicas para a sugestão de nova estratégia à Vale: a empresa estaria muito exposta a China e poderia ser afetada quando a bolha chinesa explodir. Mas, se os investidores estão preocupados com a atual estratégia da Vale, eles não demonstraram nos últimos anos, diz o jornal. Durante o mandato de Agnelli, as ações da mineradora conseguiram alta de 38,2% ao ano, resultado acima de outras empresas do setor.

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