Após tombo da véspera, dólar opera com leve alta

Brasil Econômico
Após tombo da véspera, dólar opera com leve altaCurva de juros futuros da BM&F Bovespa mantém tendência de baixa do pregão passado, após as palavras da presidente Dilma Rousseff a respeito da inflação.

Após a queda relativamente intensa da véspera, de 0,61%, o dólar retomada a trajetória de alta frente ao real no pregão desta quinta-feira (28/2), porém de maneira apenas tímida.

Há pouco, a moeda americana tinha valorização de 0,25%, e era negociada a R$ 1,979 para venda.
O movimento está em linha com a tendência que prevalece no exterior - o Dollar Index, índice que mede a variação do dólar contra uma cesta de divisas, avançava 0,17%.

"O volume está fraco, muita gente ajustou as posições ontem", nota José Carlos Amado, operador da Renascença DTVM.

Na avaliação do especialista, o atual patamar no qual o dólar se encontra tende a se mostrar uma zona de conforto ao mercado, pelo menos no curto prazo.

"Não tem tanto espaço para cair, em função do próprio fluxo negativo, e para cima também não consegue fazer um movimento muito forte, já que quando encosta nos R$ 2,00 existe a lembrança do Banco Central", diz Amado.

A autoridade informou ontem que o fluxo cambial está negativo em US$ 2,840 bilhões em fevereiro, até o dia 22.
Ainda assim, os bancos, pelos últimos dados do BC, referentes a janeiro, estavam vendidos - apostando na queda do dólar - em US$ 8,577 bilhões, ante US$ 6,069 bilhões em dezembro.

"Em algum momento de preocupação maior, como o mercado está muito vendido, pode haver alguma zeragem, e fazer com que o dólar busque um patamar mais alto", pondera o operadora da Renascença.

Juros

O discurso realizado nesta quarta (27/2) pela presidente Dilma Rousseff, interpretada pelos agentes como uma clara sinalização da preocupação da própria chefe de estado com a elevação dos preços, faz com que a curva de juros futuros da BM&F Bovespa mantenha o movimento de fechamento já verificado ontem.

Mais negociado, com giro de R$ 22,122 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 recuava de 7,73% para 7,69%, enquanto o para janeiro de 2015 descia de 8,39% para 8,36%, com volume de R$ 11,013 bilhões.

"É um absurdo dizer que nós não mantemos todos os nossos compromissos com os pilares da estabilidade", disse a presidente. "Nós mantemos a inflação sob controle... nós mantemos a política de câmbio flexível, mantemos uma política de robustez fiscal".

"A curva está bem alta. A precificação da ponta curva não converge para a mesma política. Julho 2013 precifica agora um aumento de 0,25 ponto em abril, e de 0,5 ponto em maio. O janeiro 2014 precifica um aumento em maio apenas, sem o de abril", explica Paulo Nepomuceno, estrategista de renda fixa da Coinvalores.

Essa discordância na aposta dos agentes, fala o especialista, decorre das diversas declarações de representantes do governo, que, cada vez em um tom, geram interpretações errantes dentro do mercado.