Governo quer fortalecer fornecedores do setor de petróleo, gás e naval com a criação de APLs

Portal do Desenvolvimento - MDIC
Brasília (26 de fevereiro) – Lançado hoje, em Brasília, o Plano de Desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais (APLs) para o Setor de Petróleo, Gás e Naval tem como meta a implantação, em até um ano e meio, de seis grandes fornecedores-âncora em torno de cada uma das cinco regiões precursoras definidas pelo governo: Rio Grande-São José do Norte (RS), Ipatinga-Vale do Aço (MG), Ipojuca-Suape Global (PE), Maragogipe-São Roque (BA) e Itaboraí-Conleste (RJ). Segundo o coordenador-executivo do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), Paulo Alonso, seriam APLs nas áreas de mecânica, automação industrial, eletricidade e calderaria, entre outros segmentos.

Para viabilizar a implantação desses polos de fornecedores, o governo espera que empresas de serviços, como hotelaria, cozinha e limpeza industrial, também tenham interesse em se estabelecer nessas regiões. “Vários desses cinco estados já tinham iniciativa para instalação de APLs, mas estamos juntando todos esses agentes, autoridades dos estados, Federações das Indústrias e Sebrae, além de instituições de pesquisa e universidades que possam oferecer todo o suporte de tecnologia e de conhecimento que essas empresas vão precisar para se desenvolver”, destacou o coordenador-executivo do Prominp durante a abertura do workshop de lançamento do plano, em depoimento apresentado em vídeo.

Segundo o presidente da ABDI, Mauro Borges, esse é o início de uma ação efetiva da política industrial do governo federal, por meio do Plano Brasil Maior, e o Prominp é parte importante de um esforço da presidenta Dilma Rousseff para uma maior coordenação interna dentro do governo federal. Em sua avaliação, porém, ele acredita que essa ação coordenada do governo federal precisa do apoio de estados e municípios para que os resultados esperados sejam atingidos. “Sem envolvimento municipal você não tem desenvolvimento regional”, destacou.

Grupo de Trabalho de APLs
Secretária de Desenvolvimento da Produção do MDIC, Heloisa Menezes ressaltou a posição de destaque atual do Brasil no setor de petróleo, gás e naval e defendeu a capacidade do país se tornar um fornecedor global desse segmento. Segundo ela, o Plano tem o objetivo de fortalecer as empresas fornecedoras da cadeia de petróleo, gás e naval, contribuindo para que a indústria nacional ocupe, cada vez mais, um papel relevante no fornecimento de bens e serviços para a Petrobras e, uma vez que essas empresas atendam os requerimentos técnicos das operadoras instaladas no Brasil, estarão prontas para atender os requisitos de qualquer empresa.

A atuação do MDIC na implantação e desenvolvimento dos Arranjos Produtivos Locais instalados em todo o país também foi destacada pela secretária. Segundo ela, o lançamento de um programa de fortalecimento da cadeia de fornecedores de petróleo, gás e naval a partir dos APLs é um momento de grande relevância para o ministério, que é o coordenador do Grupo de Trabalho dos Arranjos Produtivos Locais (GTP-APL), formado por 33 instituições. “Isso marca uma posição importante para o MDIC, que tem tradição na implantação e defesa dos APLs”, destaca.

O setor de petróleo, gás e naval também integra o Plano Brasil Maior, por meio do conselho de competitividade específico do setor, formado por representantes do governo, da iniciativa privada e dos sindicatos. A coordenação é da secretária Heloisa.

Instrumentos de apoio

O Plano de Desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais para o Setor de Petróleo, Gás e Naval foi lançado durante a abertura de workshop realizado em Brasília, com representantes dos cinco estados  contemplados, para discutir agenda de ações e trocar experiências. A criação do plano é uma das ações previstas em acordo assinado dia 13 de agosto de 2013 por MDIC, ABDI e Petrobras. Durante o evento, foi assinado um contrato entre MDIC-ABDI para a prestação de consultoria a empresas de porte médio e médio-grande na cadeia de petróleo e gás.

Também estiveram presentes na solenidade o diretor do Departamento de Política de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural do Ministério de Minas e Energia, Jose Botelho Neto; o chefe do Departamento da Cadeia Produtiva de Petróleo e Gás e da área de Insumos Básicos do BNDES, Ricardo Cunha da Costa; o superintendente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), Bruno Musso; e diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Eduardo Abijaodi.

Para incentivo à criação e desenvolvimento de APLs, o Plano lançado hoje prevê a utilização de instrumentos de apoio já existentes, como convênios ABDI-MDIC; programas da Petrobras, do BNDES (P&G, Inova-Petro e Política de Entornos). Outros programas poderão ser desenvolvidos e incorporados ao longo da execução do projeto, como ações para fortalecimento da cultura de cooperação, desenvolvimento de fornecedores e ampliação da capacidade produtiva, desenvolvimento tecnológico e inovação, acesso a mercados e elaboração de planos de negócios ou modelos de sustentação dos investimentos privados.

Arranjos Produtivos são aglomerações de empresas, localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais, como: governo, associações, empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. Os APLs também são denominados de sistemas produtivos locais ou clusters.