Turbulência italiana aproxima dólar do nível de R$ 1,99

Brasil Econômico
Turbulência italiana aproxima dólar do nível de R$ 1,99Curva de juros futuros da BM&F Bovespa encerrou o pregão próxima da estabilidade, com leve viés de queda.

A maior procura por ativos de menor risco atrelado, que ganhou força na sessão passada por conta das eleições na Itália, prosseguiu no pregão desta terça-feira (26/2) no mercado internacional de moedas, e levou o dólar à segunda valorização seguida frente ao real.

A divisa americana encerrou os negócios ante a brasileira com uma alta de 0,45%, cotada a R$ 1,986 para venda, com a máxima em R$ 1,991, quando os ganhos chegaram a 0,70%.

A mínima foi de R$ 1,976, quando a moeda caiu 0,05%.

O Dollar Index, índice que mede a variação do dólar contra uma cesta de divisas, há pouco avançava 0,24%.

A indefinição sobre quem irá assumir o poder na Itália tende a manter os investidores de sobreaviso, com possibilidades de perdas proporcionais à aparição do nome de Berlusconi no noticiário.

A valorização do dólar no mercado cambial doméstico, no entanto, deve acompanhar as incertezas italianas somente até determinado ponto.

"Se complicar demais a situação, e o dólar bater nos R$ 2,00, o Banco Central (BC) deve entrar", afirma Mário Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora.

No curto prazo, o especialista acredita que a cotação do dólar irá oscilar dentro de um intervalo, com piso em R$ 1,95, quando o humor do mercado estiver melhor, e teto em R$ 2,00, quando a aversão ao risco estiver em alta, como agora.

A elevação da Selic no segundo semestre de 2013, que é a aposta dos agentes do mercado de juros futuros da BM&FBovespa, é, em teoria, uma força para jogar o dólar para baixo, ainda que Battistel não acredite nessa possibilidade.

"Não vejo motivo para pensar em alta da Selic, os grandes impactos na inflação já aconteceram, e os dados mais recentes mostram que ela está cedendo", diz o gerente da Fair.

Juros

Após a sessão passada agitada, quando a curva de juros iniciou o pregão em alta, mas inverteu de tendência durante a tarde, o dia hoje foi de baixa volatilidade para esse mercado, com uma queda apenas residual dos prêmios.

Mais negociado, com giro de R$ 66,331 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 caiu de 7,82% para 7,81%, enquanto o para janeiro de 2015 recuou de 8,46% para 8,45%, com volume de R$ 30,418 bilhões.

"O mercado, que tinha identificado um tom mais agressivo em relação às ameaças da inflação na entrevista de Tombini à Wall Street Journal, ponderou esse negativismo com o tom otimista na palestra aos investidores em Nova York, quando o presidente do BC listou fatores que devem colaborar para desaceleração dos preços", diz Darwin Dib, economista-chefe da CM Capital Markets, em um resumo sobre o movimento de ontem.

"Tombini usou as duas mãos em suas duas entrevistas. Portanto não deveria ter efeito", conclui o especialista, sobre o movimento de hoje.