Em 2030, China será destino de 30% da exportação do Brasil, prevê HSBC

Agência T1

Exportadores brasileiros precisam se preparar para o crescimento do comércio com a China, avalia HSBC. Foto: Reprodução

Dentro de uma década e meia, a China deve tornar-se um destino comercial ainda mais importante para o Brasil. Em 2030, 30% do que o Brasil vender para o exterior irão para os chineses.

Atualmente a China já é o maior parceiro comercial do Brasil, com fatia de 18% das exportações nacionais. O avanço da participação chinesa será resultado do aumento intenso do ritmo de embarques não só para a China, como para outros países asiáticos, que devem tornar-se uma grande oportunidade para os exportadores brasileiros. Essas são as projeções do HSBC para o comércio internacional em 2030

Desmond Wee, diretor de comércio exterior do banco inglês, não considera que uma participação de 30% da China nas exportações brasileiras possa ser alvo de preocupação por elevar a dependência em relação a um só mercado.

Para ele, a China continuará com papel importante na economia mundial, mantendo crescimento sustentado e estável enquanto o Brasil também deverá mostrar expansão acima da média internacional. “O Brasil estará inserido numa economia global e é natural para ambos os países um estreitamento das relações comerciais”, availa Wee.

A China não deverá, estima o executivo do HSBC, ser um caso isolado no cenário de exportação para os países asiáticos. Puxado pelas vendas de insumos e de metais, as exportações para a Ásia — excluindo o Japão — devem crescer a uma taxa média anual de 13,8% nos próximos três anos.

A partir de 2016 até 2020 a taxa anual deverá ser de 11,9%. Segundo Wee, o crescimento econômico de países como Bangladesh, Malásia e Vietnã irá trazer oportunidades para o Brasil.

Em função desse foco mais deslocado para os países asiáticos, as exportações brasileiras devem crescer em ritmo mais acelerado para economias emergentes fora da América Latina. As exportações para a região devem crescer a uma taxa média anual de 7,6% nos próximos três anos e, entre 2016 e 2020, a uma taxa média de 7,1%.

A mudança deve acontecer também no perfil de exportação brasileira. Hoje dominada por minério de ferro, produtos agropecuários e petróleo, a pauta de exportação brasileira terá como setores mais importantes, segundo as projeções do banco, o de veículos e equipamentos de transporte, de máquinas industriais e de ferro e aço.

O fortalecimento dessas indústrias, prevê Wee, acontecerá como resultado de investimentos que o Brasil deve receber por conta do mercado consumidor que promete crescer de forma rápida e sustentada.

Fonte: Valor Econômico, Por Marta Watanabe