Ferraço quer diversificar participação nos debates sobre relações exteriores

Senado Federal
Eleito nesta quarta-feira (27) presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) disse que buscará, em sua gestão, ampliar a participação nas discussões em torno das relações exteriores do Brasil, incluindo outros atores além de diplomatas e demais especialistas do setor. Na mesma reunião, Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) foi eleito vice-presidente da comissão.

De acordo com Ferraço, a participação de outros setores da sociedade é necessária para que o Brasil, entre outros aspectos, possa reforçar sua identidade frente às outras nações, aproveitar melhor o potencial de boa-vontade e simpatia que caracteriza o país, fortalecer a inserção competitiva de suas empresas no mercado mundial e firmar alianças mais sólidas na governança global.

Ferraço questionou se as instituições responsáveis pelas relações do Brasil com outros países estão preparadas para um mundo em transformação e se as organizações que atuam em segmentos temáticos, como direitos humanos e meio ambiente, se sentem ouvidas na formulação da política externa brasileira.

– O Brasil de hoje é importante demais, grande demais, respeitado demais, para não cultivar, como melhor de nossas energias, nossas interações com o mundo – disse.

Ele afirmou ainda que irá fortalecer redes de contatos “que mobilizem corações e mentes de especialistas e de leigos que tenham a dimensão internacional como um dado da realidade”.

Fim das fronteiras

Ferraço também disse considerar que “a vertente internacional ultrapassa e até ignora fronteiras”, seja em ciência e tecnologia, cultura, educação, turismo, moda ou esportes, seja em aspectos negativos, como narcotráfico, terrorismo, lavagem de dinheiro e tráfico de pessoas.

Diante desses desafios, ele acredita que o Congresso deve ter um papel de protagonismo compartilhado com o Poder Executivo na formulação da política externa e de defesa nacional.

– No pluralismo que caracteriza a democracia brasileira, o Parlamento há de ter protagonismo como caixa de ressonância a concretizar sua sagrada vocação para servir de antena de captação de anseios, de instrumento de ordenação do debate e de priorização de agendas, nas mais diversas áreas temáticas da problemática das relações externas do Brasil – disse.

Vice-presidente

Eleito vice-presidente por indicação do PSDB, com apoio do Bloco da Minoria, composto ainda pelo Democratas, Jarbas Vasconcelos agradeceu pela confiança.

– Quero agradecer ao bloco a que pertenço de fato, não de direito, mas pertenço de fato ao bloco da oposição, pois sou um dissidente de meu partido, agradecer a prova de confiança evidenciada pelo líder [do PSDB] Aloysio Nunes e agradecer a confiança de todos os integrantes da Comissão de Relações Exteriores – disse Jarbas Vasconcelos.