Empresários deixam Dubai satisfeitos

Gulfood, feira do ramo de alimentos, terminou nesta quinta-feira no emirado. Brasileiros elogiaram o movimento. Setor de frutas fechou US$ 8,5 milhões em negócios. Amostras foram doadas à caridade.

Dubai – As empresas brasileiras que participaram da Gulfood fecharam negócios e esperam receber mais pedidos nos próximos meses. A feira da indústria alimentícia terminou nesta quinta-feira (28), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, após quatro dias de intensa movimentação. A avaliação geral das companhias é que o número de visitantes e de contatos realizados foi maior do que em outros anos.


Alexandre Rocha/ANBA Alexandre Rocha/ANBA
Açaí fez sucesso
No caso do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), que trouxe oito expositores à mostra em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), o retorno dado pelas empresas foi de que foram realizados negócios no valor de US$ 8,5 milhões, 30% a mais do que na edição de 2012. Para os próximos 12 meses, a expectativa é de US$ 36 milhões em contratos decorrentes da mostra.

"Os empresários ficaram muito satisfeitos com os resultados e com o movimento da feira", afirmou Luciana Pacheco, gerente do projeto Ibraf/Apex. "A avaliação é de que a quantidade e a qualidade dos contatos foi maior do que em 2012", acrescentou.

De acordo com ela, para o Ibraf a Gulfood é uma "excelente opção para mostrar a diversidade dos produtos brasileiros". Dois dos destaques, em sua opinião, foram o açaí e o suco de caju.

“O açaí foi um sucesso. Apesar de ter um sabor diferente, [os visitantes] gostaram bastante, e do suco de caju também, que é outra coisa que eles não conhecem”, destacou. Duas empresas ofereceram açaí no estande do Ibraf, e uma, suco de caju. “Eles buscam novos sabores e esta é uma oportunidade para apresentá-los”, ressaltou.

Os expositores brasileiros foram reunidos em estandes divididos por tipos de produtos, cada um organizado por uma entidade setorial em parceria com a Apex. Além das frutas, havia os espaços da carne bovina, do frango, dos biscoitos e massas, dos doces e do café. Algumas companhias tiveram instalações próprias.

Alexandre Rocha/ANBA Alexandre Rocha/ANBA
Queijos holandeses: presença global
“Houve visitação intensa e alguns contatos efetivos”, contou a gerente de exportação da indústria de biscoitos Mabel, Waleska Rodrigues Rocha. A empresa foi adquirida pela Pepsico em 2011. De acordo com ela, a Mabel tem um cliente nos Emirados que vende para outros países, especialmente da África. Agora ela quer ter um distribuidor que coloque os produtos no mercado local.

No estande da Câmara de Comércio Árabe Brasileira e da Apex, empresários brasileiros que não estavam expondo puderam ter uma base para fazer contatos. “Todas as empresas com quem eu conversei ficaram satisfeitas com o apoio da Câmara Árabe e da Apex”, disse Rafael Abdulmassih, responsável pela área de negócios e mercados da Câmara Árabe.

Ele fez uma avaliação positiva da mostra. “O pavilhão estava bastante lotado e a gama de produtos ofertados foi muito boa. Realmente este é o lugar para se fazer bons negócios todos os anos”, destacou, lembrando a presença maciça não só de visitantes árabes, mas também de asiáticos, africanos e europeus.

Abdulmassih e a gerente de marketing da Câmara Árabe, Karina Cassapula, tiveram reuniões também com entidades interessadas em promover negócios com o Brasil, como as agências de promoção de exportação do Catar e da Líbia, a DMG, organizadora da Gulfood, e a Dewa, empresa pública de eletricidade e água de Dubai.

Caridade

No final, amostras que sobraram foram doadas a uma iniciativa levada adiante pela brasileira Daniela Vilela, que mora em Dubai. Ela ajuda um orfanato que cuida de 70 crianças em Nairóbi, no Quênia.

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Estande dos doces: doações
Vilela conheceu a entidade administrada por um casal de quenianos durante uma viagem de férias com a família. “Nós nos encantamos com o lugar e só queremos ajudar”, afirmou. Ela contou que as crianças são muito pobres e que tem mobilizado outros brasileiros que moram em Dubai para fazer doações. A iniciativa já conseguiu, por exemplo, substituir colchões onde as crianças dormiam, que estavam em estado lastimável. “As doações aparecem espontaneamente”, disse.

A gestora de projetos da Apex, Carla Rodrigues, disse que a ideia de doar as amostras surgiu agora, mas pode virar uma tradição. “A ideia para 2014 é estruturar isso bem antes, falar com as empresas antes de elas virem para cá”, declarou.

Quem tiver interesse em contribuir com o projeto de Daniela Vilela pode entrar em contato com ela pelo e-mail danisabh@gmail.com.