Discurso de Tombini puxa para cima curva de juros


Discurso de Tombini puxa para cima curva de jurosDólar marca terceira alta seguida, e mercado já aguarda intervenções por parte do Banco Central (BC).
A divulgação do IBC-Br na manhã desta quinta-feira (16/5), próxima com as expectativas dos agentes, não gerou impacto na curva de juros futuros da BM&FBovespa, que passou a subir com consistência após o presidente do BC, Alexandre Tombini, dizer que a autoridade irá agir "com a devida tempestividade para colocar a inflação em declínio no segundo semestre".
Mais negociado, com giro de R$ 63,519 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 subia de 7,97% para 8,06%, enquanto o para janeiro de 2015 avançava de 8,27% para 8,37%, com volume de R$ 59,035 bilhões.
Apesar da expressiva elevação dos prêmios embutidos na curva, os investidores seguem com a aposta de que os próximos aumentos da Selic a serem promovidos pelo BC serão na mesma magnitude observada no mês passado, de 0,25 ponto percentual, explica Waldir Kiel, economista da Hencorp Commcor.
"O Banco Central está vigilante e fará o que for necessário, com a devida tempestividade, para colocar a inflação em declínio no segundo semestre e assegurar que essa tendência persista no próximo ano", afirmou Tombini, ao participar do Seminário Anual de Metas para a Inflação do BC.
"O movimento do dólar, que subiu até R$ 2,034, ajudou na abertura da curva", diz Kiel.
Dólar
O dólar operou perto da estabilidade na manhã desta quinta, mas bateu na máxima de R$ 2,034, alta de 0,50%, próximo da hora do almoço.
Chegou a se cogitar uma possível intervenção do BC, uma vez que as últimas vezes que a autoridade promoveu um leilão de vendas para impedir o prosseguimento na apreciação do dólar, que tende a prejudicar a inflação, foi no nível de R$ 2,03, mas pouco depois a alta perdeu força, e a moeda fechou com avanço de 0,19%, cotada a R$ 2,028 para venda.
Ainda assim, foi a terceira alta seguida da divisa dos Estados Unidos ante o Real, que já acumula valorização de 0,94% com essa sequência.
O movimento teve início após ganharem força rumores de que o Federal Reserve, o banco central americano, pode reduzir seu programa de estímulos à economia da região.
"A economia americana ainda está muito frágil para o Fed definir uma diminuição de seu programa", fala Kiel, que cita dados divulgados hoje sobre o mercado de trabalho americano, piores que as estimativas.
"O mercado está chamando o BC para o leilão. Se a autoridade não se pronunciar, o dólar deve buscar os R$ 2,05", comenta João Paulo de Gracia Corrêa, gerente da mesa de câmbio da Correparti.