Empresário cria projeto de exportação cooperada

O iraquiano naturalizado brasileiro Reyadh Hanna passou a oferecer o serviço de exportação em cooperativa para empresas de pequeno e médio porte. Objetivo é ajudá-las a exportar ao mundo árabe com custos divididos. Já há duas companhias envolvidas.


São Paulo – O empresário iraquiano naturalizado brasileiro Reyadh Nassir Hanna começou a colocar em pé neste ano um projeto de exportações cooperadas entre médias e pequenas companhias brasileiras. O foco é vender para o Oriente Médio. “Muitas empresas brasileiras querem exportar para lá, mas não conseguem por causa dos altos custos”, afirmou Hanna, que trabalha com exportações há 32 anos e se especializou no mercado árabe.

O iraquiano já tem duas empresas no projeto, a Missy, fabricante gaúcha de balas e pirulitos, e a Keep Trading, exportadora dos produtos Studio Hair, para cabelos, que fica em São Paulo. Hanna tem sua base em Curitiba, capital do Paraná, mas pretende atender empresas de todo o País. Ele quer formar um grupo de cinco empresas. Elas podem ser de qualquer área desde que não haja outra companhia no mesmo ramo de atuação na rede.

Hanna acredita que neste momento há muito mercado no Oriente Médio e Norte da África para produtos como biscoitos, cosméticos, móveis e portas. A ideia do iraquiano é começar o trabalho pelo Iraque, Emirados Árabes Unidos, Argélia e Egito, onde tem vários contatos, e depois ir expandindo para outros mercados da região.
A princípio o grupo não chegará a constituir formalmente uma cooperativa, mas dividirá custos da promoção comercial e divulgação, como viagens de prospecção e participação em feiras na região. Hanna lembra que uma das dificuldades das pequenas e médias empresas é a contratação de um funcionário especializado no segmento e capaz de fazer o produto ser exportado, já que normalmente esses profissionais têm salários altos. 
Com o projeto, as empresas envolvidas dividirão os custos da prestação de serviços de Hanna.

Para fazer parte do grupo, no entanto, a companhia precisa estar capacitada para exportar, afirma o empreendedor. Entre esses quesitos estão, por exemplo, a possibilidade de fazer embalagens em inglês ou árabe, ou até nos dois idiomas. Hanna afirma que está fazendo o trabalho de prospecção e já foram enviadas amostras dos produtos fabricados pelas empresas envolvidas para Iraque, Kuwait e Egito, e há contatos em andamento também nos Emirados, Argélia, Marrocos e Mauritânia.
Hanna nasceu no Iraque, mas se mudou para o Brasil com 19 anos. Começou a sua carreira na União dos Exportadores de Frango (Unef), onde já atuava no comércio com os árabes. Depois foi gerente de outras companhias no Paraná e então partiu para a abertura da sua própria empresa, a Double Port Exportação. Ele também trabalhou para a GPS Gestão Empresarial, de Santa Catarina, abrindo mercado no mundo árabe, e depois, de 2008 a 2011 trabalhou na Albaggara General Trading, sua empresa, também de comércio exterior, com base em Dubai.
Em 2011, com a economia da região sofrendo muito os reflexos da crise dos Estados Unidos, ele resolveu voltar para o Brasil. Hanna afirma que agora o mercado árabe está novamente melhorando e se percebe aquecimento em áreas nas quais ele atuou bastante, como o comércio de madeiras e portas.