Dólar marca 4ª alta seguida, e fecha a R$ 2,038 na venda


Dólar marca 4ª alta seguida, e fecha a R$ 2,038 na vendaSem sinalizações do Banco Central (BC), os agentes entendem que a cotação da moeda tende a alcançar os R$ 2,05 na próxima semana.
Com os rumores de que o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, pode iniciar a redução dos estímulos à economia da região, o dólar marcou nesta sexta-feira (17/5) sua quarta alta seguida frente ao Real, de 0,50%, a R$ 2,038 para venda, maior patamar desde 22 de janeiro.
Na semana, a divisa subiu 0,70%, e 1,40% se considerarmos apenas a recente sequência de valorização.
A queda de 0,75% ocorrida na segunda-feira (13/5) aconteceu após a notícia de que a Petrobras realizou uma bem sucedida emissão externa de portentosos US$ 11 bilhões.
Como o Banco Central (BC) deu início ao ciclo de aperto monetário no mês passado, e há um consenso de que uma nova alta ocorrerá no próximo dia 29, os agentes do mercado entendem que o câmbio deixou de ser um instrumento de controle da inflação.
Nas últimas vezes em que a cotação da divisa da maior economia do globo bateu em R$ 2,03, a autoridade monetária entrou no mercado com a venda de divisas, para coibir o prosseguimento de apreciação do dólar.
O dólar mais apreciado que os R$ 2,03, na avaliação do governo, prejudica a inflação, uma vez que a indústria prefere exportar seus produtos para ganhar com a taxa elevada do dólar, a deixá-los no mercado interno.
Após dados de emprego melhores que o esperado divulgados semana passada nos Estados Unidos iniciarem os rumores do fim do programa de estímulos do Fed, o presidente da autoridade monetária de São Francisco, John Williams, disse ontem que a redução dos estímulos pode acontecer no verão do hemisfério norte (junho), com o encerramento completo no final do ano.

Os agentes irão aguardar atentamente a ata do Fomc que será divulgada na próxima quarta-feira (22/5), quando também teremos o discurso do presidente da autoridade, Ben Bernanke, que pode sinalizar os próximos passos de sua política monetária.
Juros
A percepção de fim dos estímulos nos Estados Unidos embute a expectativa de que, no médio prazo, o Fed inicie seu ciclo de aperto monetário, o que tem provocado um aumento das curvas de juros ao redor do globo.
Declarações feitas na véspera por Alexandre Tombini, presidente do Banco Central (BC), já favoreceram a expressiva abertura da curva na véspera.
A autoridade utilizou o termo "tempestivamente" para falar sobre sua atuação no controle da inflação, e os agentes passaram a apostar em uma alta de 0,50 ponto percentual no próximo encontro do Copom, entre os dias 28 e 29 de maio.
No entanto, a curva, que subiu forte hoje a tarde, fechou com uma alta bem menos intensa.
Economistas destacaram que, embora o termo usado por Tombini se aproxime semanticamente de tempestade, que embute uma atuação agressiva, o termo quer dizer "a seu tempo", e por isso não deveria ter causado uma abertura tão forte da curva.

Fonte: Brasil Econômico