Indústria tropeça em barreiras ampliadas

O Estado de S. Paulo - 16/05/2013
Análise: José Paulo Kupfer
A evolução dos coeficientes de penetração de importações e exportações, na indústria brasileira? aponta para uma situação inequívoca de insuficiência competitiva. Numa economia global caracterizada por acirrada competição por mercados externos e defesa feroz de mercados domésticos, a indústria brasileira tem tropeçado na concorrência e perdido espaços tanto dentro quanto fora de suas fronteiras.
É preciso analisar com cuidado esses números, pois ele derivam de variáveis dependentes de ocorrências específicas de cada momento. Hoje, por exemplo, com a economia retraída, o aumento da inserção de importados, em paralelo à redução da produção local, indica um movimento de substituição de uma pela outra.
Em períodos de expansão econômica, porém, quando a alta da penetração de importados se dá em conjunto com uma elevação da produção doméstica - como em meados da década passada o que normalmente ocorre é uma saudável ampliação de mercado - interno, externo ou os dois.
A estabilidade com viés de baixa do coeficiente de exportações deixa claro que, também no ataque a terceiros mercados, a indústria brasileira, fragilizada por ineficiências variadas, não tem conseguido superar as novas e ampliadas barreiras competitivas. Estas se formam pelos efeitos conjuntos de medidas protecionistas, de um lado, e de políticas cambiais e/ou fiscais, de outro, com o objetivo de desvalorizar as moedas locais.