Fluxo impede valorização mais intensa do dólar

Fluxo impede valorização mais intensa do dólarDados abaixo do esperado sobre a economia americana motivaram leve queda da curva de juros futuros da BM&F Bovespa.

Ainda com a percepção no mercado cambial de que o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, pode reduzir os estímulos econômicos via compra de ativos, o dólar iniciou a sessão desta quarta-feira (15/5) com valorização ante a maior parte das demais divisas globais, em um movimento que prossegue até agora - o Dollar Index, índice que mede a variação do dólar contra uma cesta de divisas, subia 0,22%.
No âmbito doméstico, a cotação da moeda americana chegou a bater na máxima de R$ 2,032, alta de 0,54%, mas fechou a R$ 2,024, avanço de 0,14%.
"O dólar não se valorizou tanto ante o Real como na relação com outras moedas por conta do fluxo favorável, tanto comercial como financeiro, um pouco reflexo das captações realizadas, como a da Petrobras", explica Maurício Nakahodo, consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi.
O Banco Central (BC) informou nesta tarde que o fluxo cambial ficou positivo em US$ 859 milhões em maio, até o dia 19, favorecido pelas entradas de US$ 704 milhões na conta financeira.
Juros

No mercado de juros futuros da BM&FBovespa, a curva chegou a operar em alta pela manhã, com as vendas no varejo melhor que o esperado, mas terminou o dia em queda.
Para Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria, dados abaixo das expectativas sobre a economia americana divulgados hoje, sobre a produção industrial e os preços ao produtor, reduziram as apostas dos investidores dos juros futuros de uma diminuição do programa de compra de ativos do Fed.
"A curva teve uma correção depois das altas recentes, cujo movimento esteve atrelado ao externo, com a percepção de redução dos estímulos nos Estados Unidos. Os dados piores que o esperado mostraram que uma possível mudança do Fed não deve ser tão imediata como chegaram a temer nos últimos dias", fala Campos Neto.
Mais negociado, com giro de R$ 51,089 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 caiu de 7,98% para 7,96%, e o para janeiro de 2015 recuou de 8,42% para 8,40%, com volume de R$ 45,612 bilhões.
Além das explicações do economista da Tendências, seu colega do banco nipônico lembra que, pela atual precificação da curva, cerca de 60% dos agentes apostam em elevação de 0,50 ponto percentual na taxa Selic no próximo encontro do Copom.
Não há uma ala que aposta por uma alta de 0,75 ponto, e a maioria dos que preveem o aumento de 0,50 são os agentes de mercado, enquanto entre os economistas, a maior aposta ainda está em 0,25 ponto, o que dificulta maiores elevações dos prêmios, diz Nakahodo.

Fonte: Brasil Econômico