Linha de importação do HSBC financia imposto e frete

Com o dólar barato e as importações recordes em setembro, com US$ 17,74 bilhões, o HSBC colocou na rede uma linha de crédito para financiar não só as compras das empresas brasileiras no exterior, mas também imposto, seguro e frete. A ideia, segundo o chefe da área de produtos, Rodrigo Caramez, foi empacotar para as pequenas e médias empresas um tipo de financiamento antes restrito às grandes corporações, em operações estruturadas. "Com o reembolso dessas despesas, as companhias liberam capital de giro, trazem dinheiro para o caixa e ganham tempo para vender as mercadorias e rodar o estoque", diz. "Hoje, elas 'dormem' com o custo da Receita (Federal), antes mesmo de ter qualquer resultado comercial com a transação."

Com a nova linha na prateleira, o plano do HSBC é dobrar a sua participação no financiamento à importação de bens, um mercado de cerca de US$ 15 bilhões, mas em que o banco tem parcela pequena, US$ 450 milhões. "A intenção é trazer para a carteira de pequenas e médias empresas a vantagem do custo menor, associado à captação em dólar", acrescenta o executivo.

Tendo como referência a eurolibor na composição, o custo para o importador no Brasil sai entre 4% e 7% ao ano, mais o imposto de renda, para operações de até 360 dias. Comparativamente ao capital de giro tradicional, na casa dos 20% ao ano, trata-se de um barateamento considerável, completa o superintendente-executivo do HSBC Empresas, Marcelo Aleixo.

No comércio exterior como um todo, o banco tem 6% dos cerca de R$ 90 bilhões do mercado e pretende se valer da presença global para pegar carona na internacionalização das empresas locais. Caramez lembra que a economia brasileira é bastante fechada: dos cerca de 5,8 milhões de CNPJ no país, apenas 85 mil fazem transações transnacionais. Desse universo, 75 mil são pequenas e médias.