A recuperação da economia brasileira conjugada com fatores como as descobertas de petróleo na camada do pré-sal, a realização da Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016 têm resultado no ingresso cada vez maior de recursos estrangeiros no país, ou seja, no aumento da entrada de dólares em nossa economia.
Esse aumento do ingresso de dólares, ao mesmo tempo que fortalece o mercado interno, gera uma alta valorização do real, o que cria dificuldades para os exportadores, em especial para as micro e pequenas empresas exportadoras.
Para se ter uma idéia do impacto provocado pelo ingresso de capital estrangeiro na economia brasileira, basta mencionar que a valorização do real frente ao dólar norte-americano atingiu quase 35% apenas neste ano. Além disso, a maioria dos economistas e analistas de mercado prevê que essa situação perdurará por vários anos.
Assim, com o real valorizado, os preços dos produtos e serviços brasileiros tornaram-se mais caros no mercado externo.
Como não existe uma fórmula única para lidar com o assunto, confira algumas dicas práticas para as micro e pequenas empresas que queiram exportar seus produtos e/ou serviços.
1 – Custos em reais
Visto que a possibilidade de lucrar apenas com a variação cambial, ou seja, com a diferença entre o valor do dólar em relação ao real não é mais uma realidade, as micro e pequenas empresas interessadas na exportação devem calcular os preços de seus produtos e/ou serviços, a chamada margem de lucro, em reais.
Uma vez determinados esses preços, caberá ao empresário analisar se eles são compatíveis com os praticados pelos concorrentes nos mercados para os quais deseja exportar. Vale lembrar que a justificativa para a realização de qualquer tipo de negócio numa empresa é a geração de lucro.
2 – Nichos para seus produtos e/ou serviços
Os chamados nichos são espaços disponíveis que determinados produtos e/ou serviços ocupam num determinado mercado, em que a concorrência com produtos e/ou serviços de outros países é reduzida ou inexistente. Um exemplo disso seria a exportação de frutas tipicamente brasileiras. Por se tratar de um produto tipicamente brasileiro, pressupõe-se que não exista concorrência de outros países, ou que ela seja mínima. Neste caso, a existência de um nicho de mercado acaba anulando o efeito negativo do real mais valorizado do que o dólar.
3 – Redução de custos
Para a exportação de produtos e/ou serviços que sofram concorrência de outros países é necessário que o exportador reveja seus métodos de produção, de modo a reduzir ao máximo seus custos. Tal análise poderá envolver a substituição de matérias-primas e insumos nacionais por similares importados, caso os preços dos importados justifiquem tal troca.
4 – Agregar valor
Muitas vezes, a saída para a exportação envolve agregar valor aos seus produtos e serviços. No caso da exportação de frutas tipicamente brasileiras, pode ser que a exportação da polpa congelada obtenha preços melhores no mercado externo do que simplesmente exportar a fruta “in natura”.
Com planejamento prévio e análise constante dos mercados, o exportador tem chances de lucrar e fazer bons negócios, mesmo num cenário de dólar em baixa.
Fonte: Sebrae/SP