AGN e ETE assinam memorando para desenvolver navegação no Brasil


Carine Ferreira / Valor Econômico
De olho na grande demanda pelo escoamento da produção agrícola do país fora do eixo Sul-Sudeste, a AGN Logística, braço da AGN Agroindustrial Projetos e Participações, assinou na semana passada memorando com a portuguesa ETE Empresa de Tráfego e Estiva para desenvolver conjuntamente os negócios de navegação interior no Brasil e nas bacias dos rios Paraná e Paraguai. O acordo faz parte de uma estratégia ambiciosa da AGN de estar entre os maiores do mercado em cinco anos.
O acordo ainda não está detalhado, segundo Davi Emery Cade, CEO da AGN Logística. Neste momento, são realizados estudos, avaliação do mercado, contato com possíveis clientes. Mas a expectativa é “adiantar” a formação de uma empresa resultante da associação entre a AGN Logística e a ETE para desenvolver a atividade.
Não existe também nenhuma estimativa inicial de investimentos necessários para o negócio, tampouco os aportes iniciais que a AGN Logística demandará, de acordo com  Fabio Spina, diretor da AGN Agroindustrial. “Tudo vai depender dos projetos”, afirma.
Um projeto pequeno, com capacidade para escoar cerca de 20 mil toneladas por viagem, demandaria inicialmente de US$ 15 milhões a US$ 20 milhões, conforme Cade. “No Paraguai, por exemplo, com a safra recorde, a demanda [pela navegação fluvial] é maior que a oferta”. Para o CEO da AGN Logística, a tendência é diminuir o congestionamento para o escoamento no Sul-Sudeste com a grande demanda para exportação de grãos. “Cinquenta por cento da produção agrícola poderia ser escoada por essas hidrovias [na região Norte], mas vai por caminhão até os portos do Sul e Sudeste”, declara.
As principais regiões a ser exploradas seriam, além do Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. “Não são pequenos os objetivos a longo prazo, estamos analisando tudo, mas com o pé no chão”, diz Cade.
O memorando prevê também negócios logísticos complementares relacionados à atvidade, especialmente em terminais fluviais e portuários e armazenagem.
Encabeçada pelo ex-presidente da Vale, Roger Agnelli, a AGN Agroindustrial investe sobretudo nas áreas de mineração (por meio da B&A Mineração), logística e bioenergia. 
Segundo a AGN, o grupo ETE está no mercado há quase 80 anos e tem longa experiência no setor. O grupo tem participações estratégicas em mais de 40 empresas, em sua maioria ligadas aos setores marítimo e portuário.