Dólar volta a subir, e completa sete altas em oito sessões

Brasil Econômico
Dólar volta a subir, e completa sete altas em oito sessõesDados do Caged melhores do que o esperado contribuíram para ligeira abertura da curva de juros futuros da BM&F Bovespa.

Após o ligeiro recuo da véspera, o dólar já retomou na sessão desta quarta-feira (20/3) a recente trajetória de valorização ante o real, e marcou a sétima alta em oito sessões.

A moeda americana encerrou os negócios com uma alta de 0,15%, cotada a R$ 1,990 para venda. Já o Dollar Index, índice que mede a variação do dólar contra uma cesta de divisas, recuava 0,20%.

O fluxo cambial negativo do país tem gerado essa pressão de ganhos da divisa americana.

Em março, até o dia 15, as saídas superam as entradas em US$ 990 milhões. Já em igual período de 2012, o fluxo foi positivo em US$ 5,670 bilhões.

"Esses números estão por trás desse desempenho descolado", diz Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria.

Caso a consistência no movimento de alta prossiga, mesmo quando a cotação do dólar estiver próxima do que imagina-se ser o teto do governo, na faixa dos R$ 2,00, então o Banco Central (BC) tende a voltar com os "swaps cambiais", pondera o especialista.

Embora os índices acionários das principais Bolsas mundiais estejam hoje em alta, Campos Neto destaca que a crise no Chipre ainda não foi resolvida, e que novos estresses no mercado por conta dessa questão ainda poderão ser sentidos no câmbio.

"As perspectivas de melhora do fluxo cambial com base nas exportações agrícolas podem vir a ser comprometidas pelos gargalos existentes que vem impedindo o embarque da safra", lembra Sidnei Moura Nehme, diretor-executivo da NGO, em seu boletim.

Segundo Nehme, esse gargalo levou o maior importador chinês a manifestar a intenção de cancelar uma compra de dois milhões de toneladas, que correspondem a cerca de 5% das exportações da atual safra.

Juros

No mercado de juros futuros da BM&FBovespa, a curva terminou o dia em leve alta.

Os dados do Caged, que superaram as estimativas do mercado, e também a própria melhora no humor dos investidores nesta quarta, contribuíram para o aumento dos prêmios, afirma Campos Neto.

Mais negociado, com giro de R$ 34,284 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 subiu de 7,79% para 7,80%, enquanto o para janeiro de 2015 avançou de 8,51% para 8,52%, com volume de R$ 23,912 bilhões.

"Os movimentos na curva vão continuar sem clareza ou firmeza de uma direção", fala o economista da Tendências.