Após sequência de altas, dólar devolve parte dos ganhos

Brasil Econômico
Após sequência de altas, dólar devolve parte dos ganhosDados inflacionários em desaceleração contribuem para fechamento da curva de juros futuros da BM&F Bovespa.

Depois de seis altas seguidas, que aproximaram o dólar do teto informal do governo de R$ 2,00, a moeda americana tem uma sessão de ajuste para baixo nesta terça-feira (19/3).

Há pouco a moeda americana recuava 0,15%, negociada a R$ 1,986 para venda.

"O dólar segue o sinal de queda internamente com fluxo de entrada nesta manhã em torno de US$ 250 milhões, na contramão do comportamento da moeda lá fora", diz João Paulo de Gracia Corrêa, gerente da mesa de câmbio da Correparti, em relatório.

O Dollar Index, índice que mede a variação do dólar contra uma cesta de divisas, operava próximo da estabilidade, com leve valorização de 0,06%.

"Não descartamos uma virada da moeda aqui", emenda o especialista.

Juros

No mercado de juros futuros da BM&FBovespa, a curva opera em baixa após o IGP-M e o IPC-Fipe confirmarem a desaceleração esperada pelos agentes.

Com giro de R$ 9,985 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2015 caía de 8,58% para 8,54%, enquanto o para janeiro de 2016 recuava de 9,07% para 9,02%, com volume de R$ 3,096 bilhões.

Segundo Maurício Nakahodo, consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi, o maior debate entre os agentes no momento trata do impacto que será refletido no IPCA por conta da desoneração da cesta básica.

"Ao reduzir o preço, aumenta a demanda, e o varejo pode recompor a margem", pondera o especialista.

As primeiras coletas não indicam uma desaceleração significativa no preço dos alimentos, de acordo com o consultor da instituição nipônica.

Se integral, o impacto da desoneração da cesta no IPCA seria ao redor de 0,60%, mas Nakahodo acredita que será, no máximo, de 0,40%, a partir de março ou abril.

Em resposta à mais recente medida do governo com o objetivo de conter a alta dos preços, os economistas consultados pelo Banco Central (BC) para o boletim Focus reduziram sua projeção para o IPCA ao final do ano de 5,82% para 5,73%.