Porto de Roterdã quase quintuplica produtividade de Santos, diz Antaq

Agência T1
















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O porto holandês de Roterdã, o maior da Europa, tem produtividade quase cinco vezes superior à do porto de Santos. A comparação foi apresentada há pouco pelo diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Pedro Brito, em audiência pública da comissão parlamentar mista responsável por analisar a medida provisória que altera as regras de funcionamento do setor.

De acordo com dados apresentados por Brito, Roterdã movimentou 434 milhões de toneladas em 2011, com 1.220 trabalhadores. Com isso, sua produtividade atinge 50.301 toneladas por hora, enquanto Santos registrou a movimentação de 11.247 toneladas por hora. O maior porto brasileiro tem 1.360 funcionários e registrou pouco mais de 100 milhões de toneladas de cargas em 2011.

Para o diretor da Antaq, a diferença ocorre por uma série de fatores: menor escala nos portos brasileiros, dificuldades de planejamento e estruturas deficientes de gestão nas Companhias Docas.

Segundo ele, o problema não está no modelo da exploração portuária, que é o mesmo visto na maior parte do mundo: a maior parte dos portos é pública e tem operação privada.

“Quando visitamos os portos de todo o mundo, a primeira diferença que notamos é a existência de um planejamento para os próximos dez ou 15 anos”, disse Brito, durante a audiência que discute a MP 595. Outro contraste são as estruturas de gestão “absolutamente profissionais” na Europa e nos Estados Unidos, mesmo nos portos públicos. Ele acentuou ainda a questão da escala e lembrou que hoje, dos dez maiores terminais de contêineres do planeta, cinco estão localizados na China. “Os chineses, 20 anos atrás, não tinham nenhum porto entre os dez maiores do mundo.”

O presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, enfatizou a necessidade de ampliar os investimentos em infraestrutura de transportes e disse que a liberação de novos terminais privativos é “a alternativa mais prática e ágil” para expandir a capacidade portuária enquanto o governo se prepara para licitar mais áreas dentro dos portos públicos. Um dos pontos centrais da MP 595 é o fim da distinção entre carga própria e carga de terceiros para a autorização de novos portos privados

Fonte: Valor Econômico, Por Daniel Rittner