Com crise no Chipre, dólar segue em alta pelo 6° dia

Brasil Econômico
Com crise no Chipre, dólar segue em alta pelo 6° diaCurva de juros futuros da BM&F Bovespa mantém tendência de queda iniciada após ata do Copom, também influenciada por aversão ao risco do mercado e boletim Focus.

O dólar opera em alta frente ao real pelo sexto pregão consecutivo, com a aversão ao risco que tomou conta dos mercados nesta segunda-feira (18/3) após um plano austero de resgate apresentado ao Chipre.

Ainda assim, o movimento aqui é mais contido do que no exterior, até porque, com a sequência de altas, a cotação do dólar já se aproxima do teto informal defendido pelo Banco Central (BC).

Há pouco, a moeda americana tinha valorização de 0,30% ante a brasileira, negociada a R$ 1,988 para venda.

O Dollar Index, índice que mede a variação do dólar contra uma cesta de divisas, avançava 0,40%.

O euro, principal componente da cesta, perdia 0,93%, a US$ 1,2954.

"Podem não ser altas absurdas, mas o movimento tem tido consistência", afirma Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

"Após o BC ter feito a entrada em R$ 1,95 para defender o piso, tem a possibilidade de o mercado agora testar o teto", emenda o especialista.

O fluxo, negativo em US$ 368 milhões em março, até o dia 8, somado aos dados americanos positivos, que trazem a perspectiva de redução do programa de compra de ativos do Federal Reserve, apoia essa expectativa do gerente da Treviso.

Juros

A curva de juros futuros da BM&FBovespa segue em baixa, iniciada após a ata do Copom diminuir as apostas dos agentes por uma alta eminente na taxa Selic.

Além da questão cipriota, no boletim Focus, os economistas consultados pelo BC deram uma bela lapidada na projeção para o IPCA ao final de 2013, que foi de 5,82% para 5,73%, como resposta à desoneração da cesta básica.

A estimativa para a Selic, que há três semanas estava em 7,25%, subiu pela segunda vez seguida, e está agora em 8,25%.

Como a curva vem precificando um aperto monetário em 2013 faz algumas semanas, o cenário de aperto que ganha força, com a inflação em queda, provoca a diluição discreta dos prêmios, fala especialista.

Mais negociado, com giro de R$ 17,343 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 recuava de 7,83% para 7,81%, enquanto o para janeiro de 2015 caía de 8,58% para 8,54%, com volume de R$ 10,379 bilhões.